Rebelião em presídio do AM teve propósito de demonstrar força ao poder público, diz promotoria

Em denúncia criminal oferecida ao Tribunal de Justiça do Amazonas, na última sexta-feira, 24, o Ministério Público do Estado compara a facção criminosa mentora do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no dia 1º de janeiro deste ano, à Máfia Italiana. O documento, que tem 116 páginas, diz ainda que os criminosos tiveram o propósito de demostrar força ao poder público, por ter negado o retorno para Manaus de três líderes, que estão em presídios federais.

O Ministério Público afirma que o grupo de infratores se estruturou no Amazonas como uma genuína organização criminosa, com formação piramidal e observância de funções específicas, obedecendo um código de conduta e identificação com padrões comportamentais sociais e ilícitos capazes de se reconhecerem como pertencentes a uma “Família”, nos moldes da máfia italiana.

Os líderes presos fora do Amazonas, citados pelo Ministério Público, são João Pinto Carioca, chamado de João Branco, Gelson Lima Carnauba, o ‘Mano G’, e José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”.

Conforme o Procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro, a principal preocupação na elaboração da denúncia foi descrever a efetiva participação de cada uma das 213 pessoas envolvidas no massacre de 1º de janeiro.

Questionado sobre a demora para a denúncia ser oferecida à Justiça, uma vez que os crimes aconteceram há mais de 10 meses, o procurador-geral disse que houve dificuldade em identificar testemunhas.

O massacre teve 88 vítimas e 55 testemunhas devem ser ouvidas no processo, segundo o promotor de justiça Ednaldo Medeiros.

Segundo o promotor, a partir da denúncia apresentada, algumas prisões preventivas, como a da esposa de José Roberto Fernandes Barbosa, Luciane Albuquerque de Lima, podem ser pedidas à justiça.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Divulgação/Seap