A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO-2022) aprovada pelo Senado, em agosto, previa asfaltamento de 20 quilômetros, em 2022. O trecho foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro. Depois, na Lei Orçamentária Anual (LOA-2022), o governo federal informou ter reservado R$ 31,7 milhões para asfaltar apenas 4 quilômetros da BR-319.
Segundo o secretário nacional de transportes terrestres, Marcelo da Costa Vieira, serão necessários de três a quatro anos de trabalhos ininterruptos para que os 885 quilômetros da rodovia que liga Manaus a Porto Velho sejam reconstruídos na totalidade.
Além de tempo, também é preciso muito mais dinheiro do que os R$ 31,7 milhões destinados pelo governo federal para 2022. O orçamento inicial da obra, feito em 2003, aponta para um custo total de R$ 2.045.094.560,00.
De acordo com o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), general Antônio Leite, hoje existe R$ 130 milhões disponíveis para a rodovia, mas apenas R$ 5 milhões para construção e o restante é para manutenção.
A declaração foi dada em junho deste ano, durante audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia.
Conforme o DNIT, o ‘lote C’ da BR-319, que vai do quilômetro 198 até o 250 (Igapó-Açú), já está licitado e tem empresa contratada por R$ 165,7 milhões. Cabe ressaltar que este trecho sempre teve licença ambiental e possui asfaltamento mais recente, mas que está deteriorado. Diferente do ‘trecho do meio’, de 405 quilômetros entre o 250 e o 656, que ainda não tem licenciamento ambiental.
O deputado federal José Ricardo (PT), que participou da audiência pública, assim como o deputado Sidney Leite, diz que a prática do governo não condiz com o discurso, quanto à BR-319.
Confira aqui a LOA, do governo federal, com previsão de R$ 31,7 milhões para a construção de 4 quilômetros da BR-319 em 2022.
Bruno Elander – Rádio Rio Mar
Foto: Dnit