Ex-secretária executiva diz que faltavam leitos enquanto governo do AM negava colapso

Nos meses de abril e maio, pelo menos 1.630 pessoas perderam a vida em decorrência da contaminação pelo novo Coronavírus. Isso conforme os números oficiais do governo do Estado. Em abril foram 422 óbitos e em maio 1.627. Neste mesmo período, 1.012 pessoas morreram em casa, sem causa definida, segundo registros da prefeitura de Manaus, com base nos enterros realizados em cemitérios públicos da capital.

Durante todo o período de pico da pandemia, o governo do Estado negou que tenha havido colapso na rede pública de saúde, que é quando a estrutura existente não consegue atender a demanda de doentes.

No dia 28 do mês passado, durante depoimento à CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o diretor do Instituto de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) – responsável pela gestão do hospital Delphina Aziz -, José Luiz Gasparini, afirmou que a unidade de saúde tinha 350 leitos à disposição do governo, segundo o deputado Péricles Nascimento (PSL), presidente da CPI.

Porém, três dias depois, também em depoimento a CPI, no dia 31 de agosto, a ex-secretária executiva de Estado de Atenção Especializada da Capital, Daiana Mejia, contestou a informação e afirmou que cidadãos morreram a espera de remoção para leitos hospitalares.

 

A Rádio Rio Mar solicitou da secretaria de saúde do Estado, no dia 2 de setembro, os mapas de demanda e de oferta citados por Daiana Mejia, mas houve resposta até esta quinta-feira (10). Conforme os registros oficiais do governo do Amazonas, mais de 3.860 pessoas morreram por Covid-19 no Estado até hoje.

Já a prefeitura de Manaus informa ter registrado 1.510 óbitos ocorridos em casa entre abril e o dia 3 de setembro.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Imagem: Assembleia Legislativa do Amazonas