Dez dias após contestação da Univaja, MPF diz que investiga denúncias no Vale do Javari

No último dia 15 de junho, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) informou, em comunicado, que desde 2021 tem produzido documentos sobre invasões na região e entregado ao Ministério Público Federal (MPF). A entidade reclamou que não houve providências com a devida rapidez. No último sábado, dez dias depois das contestações, o MPF se pronunciou e afirmou que investiga todas as denúncias.

univaja

Pelas contas do MPF, a Univaja enviou 10 ofícios entre novembro de 2020 e maio de 2022, com denúncias de invasões e supostos crimes ambientais na Terra Indígena Vale do Javari, como garimpo ilegal, pesca e desmatamento.

Além da insatisfação pública da Univaja com a falta de celeridade na apuração das denúncias e responsabilização dos suspeitos, uma reportagem publicada pelo Jornal Estado de São Paulo, na última segunda-feira, também foi rebatida pelo MPF.

A matéria jornalística afirma que familiares e amigos do indigenista Maxciel Pereira dos Santos, assassinado em Tabatinga, em 2019, produziram e entregaram às autoridades um ‘dossiê’ que apontava narcotraficantes, pescadores ilegais e garimpeiros com atuação na fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, como mandantes do crime.

A reportagem aponta que, três anos após o assassinato de Maxciel, a Polícia Federal e a Polícia Civil não apresentaram elucidação do crime. Os familiares de Maxciel acreditam que o mesmo grupo de criminosos está por trás da morte de Dom Phillips e Bruno Pereira.

Sem informar detalhes sobre, o MPF disse apenas que vem acompanhando as investigações desde a instauração do inquérito policial pela Polícia Federal, em 2019. E que, em maio deste ano, requisitou à PF remessa do inquérito para acompanhamento do cumprimento das últimas diligências.

Ao Estado de São Paulo, os familiares de Maxciel  afirmam ter entregue à Polícia Federal um cartão de memória com gravações, valores supostamente pagos aos executores e nomes de testemunhas dispostas a prestar depoimento. O MPF negou a existência do mencionado ‘dossiê’ nos autos do inquérito policial.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Univaja