População manauara descarta mais de 500 mil litros de óleos comestíveis por mês

O famoso peixe frito faz parte do cardápio de muitos amazonenses. Muitos não sabem é que um dos ingredientes utilizados no preparo deste prato provoca diversos danos ao meio ambiente. Estou falando do óleo vegetal. A forma como é descartado é um dos problemas cruciais. Isso porque quando despejado na pia, vaso sanitário ou lixões podem poluir as águas, o solo e até mesmo a atmosfera.

Pensando nisso, uma pesquisa realizada com o apoio da Fapeam – Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas – visa combater o descarte incorreto dos óleos usados na culinária com a produção de um lubrificante para reduzir impactos ambientais e a saúde.

O estudo já está em andamento e é coordenado pelo doutor em Engenharia de Recursos Naturais da Ufam – Universidade Federal do Amazonas – Anderson Mathias Pereira. A ideia é reutilizar o óleo residual de fritura na produção de um lubrificante biodegradável que poderá ser utilizado nas embarcações e indústrias da região Amazônica, reduzindo o impacto ambiental.

Os prejuízos causados pelo descarte incorreto são muitos, além do solo e da água, até mesmo a atmosfera acaba sendo afetada. A decomposição do óleo produz gás metano, um gás do efeito estufa, o que aumenta o problema do aquecimento global. Anderson Mathias alerta também que os lubrificantes de origem mineral, da mesma forma que os óleos de frituras, causam danos não somente à natureza mas aos seres humanos.

Sonora: Anderson Mathias Pereira – coordenador do estud

De acordo com a Oil World, o Brasil produz cerca de nove bilhões de litros de óleos vegetais por ano, dos quais 1/3 corresponde aos óleos comestíveis. O estudo estima que cada família manauara consome, em média, quatro litros de óleo por mês e descarta um litro. O que representa mais de 500 mil litros de óleo descartados todos os meses, causando diversos danos ao meio ambiente.

 

Tania Freitas –  Rádio Rio Mar

Foto1: Prefeitura de Bento Gonçalves/ Divulgação

Foto 2: Érico Xavier/Fapeam