Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, se entregou na Delegacia de Polícia de Atalaia do Norte, região do Vale do Javari. Ele é o terceiro suspeito de envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.
Jefferson tinha um mandado de prisão expedido pela Justiça do Amazonas e estava foragido. Ele foi interrogado pelos investigadores e, em seguida, encaminhado para audiência de custódia. Além dele, estão presos por envolvimento na morte e na ocultação dos corpos Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, e Amarildo da Costa Pereira, conhecido como pelado.
De acordo com o delegado Alex Perez, titular da delegacia de Atalaia do Norte, as investigações apontaram que Jeferson teve atuação direta no crime, desde a abordagem das vítimas, até a ocultação dos cadáveres de Bruno e Dom.
Na sexta-feira (17), peritos confirmaram que parte dos restos mortais que foram encontrados próximo do local do crime, são do jornalista e inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. O material foi identificado por técnicos do Instituto Nacional de Criminalística de Brasília, por meio de exame da arcada dentária.
Dom Phillips, que era colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, e depois se deslocaram para comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte.
O indigenista denunciou que estaria sofrendo ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira atuava para impedir a caça e a pesca ilegal na reserva, entre outras práticas criminosas.
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A Terra Indígena do Vale do Javari concentra o maior número de índios isolados ou de recente contato do planeta. Segundo os autores do crime, a motivação do assassinato de Bruno e Dom teria sido justamente a atuação deles na denúncia de acesso e exploração ilegal da reserva.
Até o momento há 3 suspeitos presos, e outras 5 pessoas já foram identificadas por terem participado da ocultação dos cadáveres.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar