Indígenas questionam como ficará a segurança deles após desmobilização no Vale do Javari

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) demonstra preocupação com a segurança da população da região após a desmobilização que deve acontecer com o fim das investigações sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.

Conforme a Univaja, os irmãos Amarildo da Costa Oliveira e Oseney da Costa de Oliveira, conhecidos como ‘Pelado’ e ‘Dos Santos’, dois dos cinco suspeitos investigados pela Polícia Federal (PF) suspeitos de envolvimento com o crime, não são as únicas ameaças no local. De acordo com a associação, eles pertencem a um “grupo maior” de “pescadores e caçadores profissionais, ligados a narcotraficantes”.

univaja javari

Um trecho de uma nota divulgada pela Univaja, na última quarta-feira (15) diz: “Fornecemos informações através de nossas denúncias às autoridades competentes. […] Manifestamos nossa preocupação com nossas vidas, a vida das pessoas ameaçadas (pois não era somente o Bruno Pereira). […] Quando as forças armadas e a imprensa se deslocarem de Atalaia do Norte, o que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças? Precisamos aprofundar e ampliar as investigações. Necessitamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambientais da Funai sejam estabelecidas”.

Leia aqui a nota da Univaja na íntegra

Contudo, questionado sobre o que será dos povos do Vale do Javari após a conclusão das investigações, o superintendente da Polícia Federal (PF), delegado Eduardo Fontes citou operações pontuais para afirmar que há atuação contínua da PF na região. (ouça abaixo)

De acordo com o general de brigada do Comando Militar da Amazônia (CMA) André Lúcio Ricardo Couto, o Exército já tem base na localidade. (ouça abaixo)

 Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Univaja/Divulgação