Parintins completa 168 anos nesta quinta-feira; comemorações foram suspensas por conta da pandemia

Parintins foi descoberta quando o capitão espanhol Francisco Orellana viajava em busca do país da Canela e do “El Dorado”, viu, às margens do rio Amazonas, cabeças de índios secas espetadas em estacas. Era a primeira notícia publicada sobre a ilha tupinambarana, descrita no diário de Frei Gaspar de Carvajal, em 1542.

Hoje, o cenário é bem diferente. Quem aporta em Parintins de barco avista a majestosa Catedral de Nossa Senhora do Carmo. Já quem chega por meio aéreo logo vê a igreja de São Benedito, às margens do rio Parananema, e um dos monumentos da cidade, o portal em formato de cocar.

Todos os dias, pousam entre dois ou três aviões no aeroporto Júlio Belém, sendo apenas um comercial, os outros são Táxi-aéreo e dos Correios. Na época de baixa temporada as passagens variam entre R$ 200 e R$ 400, preços que dobram durante o Festival Folclórico. A navegação também se intensifica durante a festa. Só no cais do porto são 300 embarcações, mas toda a orla do município vira porto alternativo.

Na educação, Parintins sempre se destacou como polo universitário. Além das universidades públicas, outras quatro universidades particulares se instalaram na ilha. A saúde ganhou avanços com as jornadas de cirurgias que atendem tanto a sede do município como a Zona Rural. Parceiras com a Universidade Estadual do Amazonas e hospitais do sudeste do Brasil permitiram o atendimento da telemedicina.

Assim como outras cidades, Parintins ainda é atormentada por situações do século passado como os constantes apagões da concessionária de energia elétrica, falta de emprego e um aterro controlado instalado no perímetro urbano. De acordo com o professor da Universidade Estadual do Amazonas, Camilo Ramos, Parintins enfrenta hoje, um de seus principais problemas, a falta de planejamento de crescimento e ordenamento territorial urbano.

Na economia, a ilha tupinambarana teve apogeu quando os japoneses chegaram e se instalaram na comunidade de Vila Batista, hoje Vila Amazônia. O povo do sol nascente cultivou juta e malva, que se tornou a principal fonte de emprego e renda para as famílias, por mais de três décadas. Além disso, os japoneses fortalecerem a saúde, com a instalação de uma unidade hospitalar sob o comando de Dr. Ryota Oyama.

Parintins também já teve também o maior rebanho de gado bovino do Estado, mas perdeu a posição para Boca do Acre e hoje despenca nas tabelas. Se o boi de carne sustentou por muitos anos a economia local, hoje quem dá as ordens é o boi de pano. Com a ascensão do Festival Folclórico, boa parte da população se prepara o ano inteiro para ganhar dinheiro e conseguir um emprego temporário.

A ilha ainda conta com profissões como a do carroceiro, o picolezeiro e o tricileiro. A cidade deixou de arrecadar em 2020, R$ 80 milhões já que o Festival não foi realizado por conta da pandemia do novo coronavírus.

Da redação da Rádio Rio Mar

Fotos: Yuri Pinheiro