Obesidade e sobrepeso infantil afeta 5% das crianças até 5 anos de Manaus

Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, indicam que 5,24% das crianças de 2 anos até menores de 5 anos atendidas na rede municipal de Manaus têm peso elevado para a idade.

A informação reforça o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O documento destaca que uma em cada cinco crianças ou adolescentes do mundo está acima do peso, o que representa cerca de 391 milhões de indivíduos. Quase metade delas – 188 milhões – apresenta obesidade.

Pela primeira vez na história, o excesso de peso grave superou a desnutrição como a maior forma de má nutrição infantil. Para a chefe do Núcleo de Alimentação e Nutrição da Semsa Manaus, nutricionista Dandara Bezerrão, o dado revela um cenário preocupante de transição nutricional na capital.

O consumo de produtos ultraprocessados é considerado vilão e colabora para os índices de obesidade infantil, como destaca a nutróloga, Fernanda Soares.

De acordo com a Semsa Manaus, a rede de Atenção Primária à Saúde (APS) dispõe de nutricionistas qualificados para atender a população infantil, com oferta de diagnóstico nutricional e elaboração de plano alimentar para a redução de peso.

Crianças obesas ou com sobrepeso podem apresentar problemas como cansaço, falta de ar e distúrbios do sono, como ronco, além de dor nas articulações, principalmente no joelho, em razão da sobrecarga de peso. Em alguns casos, a criança já apresenta níveis elevados de colesterol, com maior risco de desenvolver enfermidades como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e diabetes

Políticas públicas

No mês de setembro, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) deliberou dois Projetos de Lei que reforçam o compromisso com a promoção da saúde e da qualidade de vida de crianças e adolescentes em escolas públicas e privadas de Manaus.

O primeiro projeto, dispõe sobre a promoção da alimentação saudável nas escolas das redes pública e privada de educação básica do município. A proposta atualiza a legislação sobre alimentação escolar com base em três eixos principais: educação alimentar e nutricional; comercialização e doação de alimentos no ambiente escolar; e comunicação mercadológica

Além disso, o texto estabelece diretrizes, normas e mecanismos para o estímulo à alimentação saudável e a restrição à venda de alimentos ultraprocessados dentro das escolas.

O segundo Projeto de Lei altera a Lei Municipal nº 2.195/2016, que trata dos temas transversais no currículo das escolas da rede pública municipal. A proposta insere a educação alimentar e nutricional como novo tema a ser abordado de forma contínua no processo de ensino-aprendizagem.

Ambos os projetos foram encaminhados à 2ª Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal para análise.

 

Rádio Rio Mar

Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil e Freepik

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