Moradores da Comunidade do Bariri estão preocupados com chuvas intensas e cheia

Reginaldo dos Santos mora na comunidade Valter Rayol, conhecida como Bariri, no bairro Presidente Vargas. Durante a cheia no primeiro semestre deste ano, toda a área ficou inundada com a subida do Rio Negro e dos Igarapés. Só era possível chegar em casa de barco ou pelas pontes de madeira. Agora no fim do ano, a preocupação voltou à tona.

“Tem bastante chuva e a água está subindo bastante. Nesse período, a água ainda estava baixa e já subiu para mais de 50 cm. É capaz de dar nova alagação, se chegar em 28 metros, como o pessoal diz, vai ter nova alagação”, relata.

O líder comunitário Raimundo Nazaré já tem uma expectativa. “Eu acho que essa enchente vai ser maior do que a do ano passado. Está chovendo muito e o Rio está enchendo muito. No ano passado, nessa época, os barcos não entravam aqui dentro e esse ano já estão entrando”, disse.

Para a CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais), ainda é cedo para prever a cheia de 2022. O Rio Negro registra a cota de 21,51 m. No mês passado, subiu 1,5 m e agora em dezembro já aumento 54 cm. A principal preocupação de quem mora em áreas alagáveis é o fato de não terem como se planejar.

“Nós não temos, só se for a ajuda do Governo mesmo, do prefeito, que todos os anos ajudam. Eles fazem ponte, dão madeira, dão rancho. Não tenho nada contra ele, porque faz isso todos os anos e eu acho que esse ano vai fazer a mesma coisa. Mas se preparar ninguém pode fazer nada, todos somos pobres, ninguém tem condição de fazer coisas melhores, casa ninguém pode fazer”, contou Sr Raimundo.

“Ninguém é empregado aqui, todos têm auxílio, é contar com o governo mesmo”, relatou Sr. Reginaldo.

Rauger Vanderley pensava que cheia histórica precedia vazante histórica, mas agora percebeu que quem decide é a natureza.

“Eu esperava que o verão fosse se prolongar até o mês de dezembro devido à grande cheia que teve esse ano, mas eu me enganei. Tenho observado que estamos em um ano bem atípico, não é como era em anos atrás, há 20, 30 anos atrás não era comum isso acontecer”, disse.

Antenor Júnior tem amigos que moram no Castanho e por lá a preocupação é a mesma. “Como um índio lá do alto falou que a régua [de marcação] não chegou nem na seca e já está enchendo. Quer dizer que a enchente vai ser maior e nossa produção vai acabar e vamos procurar o Governo”.

A Defesa Civil municipal informou que ainda não há uma ação preventiva, somente haverá após o alerta de cheia.

Já a Defesa Civil do Amazonas informou que está trabalhando no plano de contingência para enchente 2022 juntamente com os departamentos de preparação e pós desastre bem como com as demais secretarias de estado que atuam no auxílio das famílias que poderão ser afetadas.

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar