Deputada do AM usou dinheiro público para ‘receber’ ex-presidente em Brasília

No último dia 30 de março, 10 dos 24 deputados estaduais faltaram trabalho na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), entre eles Débora Menezes (PL). Na justificativa de ausência apresentada na Aleam, disse que faltou “por estar cumprindo em Brasília”, sem citar o que.

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Naquele dia, a parlamentar postou cinco fotos e vídeos nas redes sociais, em recepção junto a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que regressou ao Brasil, após três meses nos Estados Unidos, para devolver joias obtidas nos Emirados Árabes Unidos e para prestar depoimento à Polícia Federal.

Conforme o Portal da Transparência do governo do Amazonas, Débora Menezes pediu e recebeu da Aleam reembolso das despesas que teve na viagem. O reembolso pago a ela, com dinheiro público, totalizou R$ 3.546,17 a título de diárias para hospedagem e alimentação.

A Rádio Rio Mar procurou a assessoria da deputada e perguntou o que ela foi cumprir em Brasília naquela data e qual foi a utilidade da viagem para a atividade parlamentar desempenhada por ela na Aleam, que justifique o uso do dinheiro público. Contudo, a política não se pronunciou.

A reportagem também pediu que a Aleam informasse os critérios exigidos para a concessão de diárias e passagens aéreas aos parlamentares, porém, também não houve resposta.

Segundo o advogado e analista político Carlos Santiago, o interesse coletivo deve prevalecer para justificar gastos com diárias e passagens de políticos.

“O interesse coletivo sempre deve prevalecer nas ações do parlamentar. Por isso, a sociedade paga ao parlamentar um bom salário. além de disponibilizar verba indenizatória para gastar com combustível, passagens e aluguel de automóvel. E também tem uma verba de gabinete para contratar assessoria. Ou seja, um parlamentar custa muito caro aos amazonenses. Então, se a viagem paga pelo contribuinte, com diária e ainda tem a justificativa de ausência do plenário, que é o local de trabalho do legislador. Mas tudo isso sendo realizado sem o interesse da coletividade, com o pagamento de despesas é ilegal. É imoral”. Carlos Santiago, advogado e analista político.

 

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Reprodução/Instagram