Comércio de itens usados – Aquela roupa que não serve mais ou aquele móvel antigo que não combina mais com a casa ainda podem movimentar a economia e incentivar um consumo mais consciente.
Durante a pandemia, a abertura de novas lojas que vendem produtos usados ou de segunda mão teve um aumento de 48,58%, nos anos de 2020 e 2021, de acordo com dados da Receita Federal e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
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Compradora de brechó, e dona do brechó virtual (@eubela.desapega), Isabela Pio explicou que este segmento vai além de geração de renda, mas desenvolve também um ambiente coletivo e desperta a consciência sustentável.
“Foi durante o auge da pandemia, quando tava todo mundo isolado que eu percebi que eu tinha muita roupa e não usava. Quando as coisas foram voltando ao normal, eu decidi desapegar e também decidi que precisava fazer dinheiro. Além de vender roupas, eu também compro muita roupa de brechó. Posso dizer que é algo muito gratificante, porque além de participar da questão sustentável, ter um brechó é ter uma comunidade de pessoas que têm esse pensamento sustentável. Pessoas que sabem que as roupas não são só preço. Não se trata de só comprar uma peça barata, as roupas carregam uma história. Existe toda uma consciência por trás daquilo e esse empreendimento desenvolveu muito mais a minha consciência coletiva e o meu espírito empreendedor de pensar em soluções financeiras e sustentáveis” destacou.
Na pandemia, 3.520 novas empresas de itens usados foram abertas no país. Segundo os dados, o resultado é o maior em seis anos. A busca por uma renda extra, e por uma consciência ambiental foram alguns dos fatores que impulsionaram esse mercado durante o período.
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Segundo o economista Erivaldo Lopes, os números refletem os atuais hábitos de consumo, e são positivos diante do atual cenário econômico vivencidao em todo o país.
“Todo e qualquer movimento e segmento da sociedade que propociona impulso para movimentar a economia e tirar o consumidor da mesmice provoca uma revolução, tanto do comportamento quanto da consciência. O brechó então movimenta peças que estavam paradas, sem mercado para então servir à outra pessoa. Isso significa que a pessoa vai ter acesso a roupas ou objetos de valores que são reusáveis e que têm a consciência de estar servindo mais uma pessoa. De modo geral, é um segmento forte na economia”, explicou.
Ainda conforme a pesquisa aplicada no comércio de itens usados, o resultado abrange o comércio varejista de moedas e selos de coleção, livros e revistas e outros artigos usados, como móveis, utensílios domésticos, eletrodomésticos, roupas e calçados, uma tendência mundial, que deve triplicar até 2025.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar