Com gasolina a R$ 6,79, motoristas relatam nova rotina para tentar economizar

Com a gasolina a R$ 6,79 o litro na maioria dos postos de Manaus, motoristas se assustam cada dia mais sem saber até onde esse aumento vai chegar.

“Tá difícil. Muito complicado”, contou o motorista Élisson. “Deus me livre, não gosto nem de ir ao posto. Sinceramente, estou trabalhando, não sei para quê. Não sei quem é o culpado, ninguém assume nada e o trabalhador fica aí nessa situação”, relatou outro motorista José Wellington.

O reajuste para a gasolina foi de 7%. O litro vendido pela empresa às distribuidoras passou de R$ 2,98 para R$ 3,19. Já o litro do diesel passou a ser vendido por R$ 3,34 nas refinarias da Petrobras, o que representa um aumento de cerca de 9%.

A funcionária pública Érica Coelho tem orçamento pré-definido para passar o mês. Para salário continuar dando conta dos gastos, é preciso economizar. “Tento economizar abastecendo com mais álcool e não usando o ar condicionado”.

Ultimamente, até os passeios deixaram de ser prioridade. Sair com o carro, só se for para trabalhar. “Evitando desperdício, sair. Não tem mais nem como sair, tem que ficar em casa para poder economizar. Só se for necessário, só para o trabalho mesmo”

O Policial Militar Élisson Picanço separa R$ 100 reais por semana para abastecer com gasolina e, com o calor de Manaus, não acredita que o álcool seja uma opção.

“Não dá para manter o carro mais não, a gente não tem como economizar. No tempo do verão, se colocar álcool vai [acabar] mais rápido”

E para quem tem o carro como um meio de vida, como os taxistas, o preço do combustível impactou demais a forma de sobrevivência. José Wellington é taxista há mais de 20 anos e conta que as tentativas de economia fazem pouca diferença no final do mês.

“Já tivemos o tropeço com aplicativos e agora com a gasolina, taxista vive de teimoso. Eu faço de tudo, mas realmente não vejo sucesso, evito pisar, buracos. Mas a mudança do gasto é muito pouco, não dá nem para notar”

Antes, o custo com o combustível ficava em 20% do faturamento. Hoje, está em torno de 50%. O restante é preciso dividir entre os demais custos. “Esses 50% que fica para mim, vou ter que fazer manutenção do carro, trocar pneu, trocar óleo. No final termina com praticamente zero”.

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar