Cesta básica mais cara: população fala sobre dificuldades em manter alimentação

A cesta básica de consumo ficou mais cara em Manaus, de acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia e pela plataforma Cesta de Consumo Horus, nesta terça-feira (07).

Alimentação está mais cara em Manaus. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Alimentação está mais cara em Manaus. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O levantamento mostrou que o valor saiu de R$ 648,75 (648 reais e 75 centavos) no mês de abril, para 665,04 (665 reais e 04 centavos) em maio. O aumento foi de 2,51%. Esta é a sétima vez seguida que a cesta básica ficou mais cara na capital.

E com os constantes reajustes no preço, comer bem, está cada vez mais difícil, segundo os manauaras. A autônoma Lana Braga, por exemplo, contou que é preciso manter um controle tanto hora de comprar a comida, quanto no momento de fazer as refeições.

“Eu tô comprando cartela de ovos, salsicha, umas três peças de carne, algo que eu consiga pagar em torno de até uns R$ 250 de dois frangos, que dá uns R$ 40. O restante eu vou comprando se estiver em promoção. Antigamente eu fazia um rancho mensal, hoje não faço mais isso, porque normalmente quando eu vou, algo está em promoção, mas outra coisa não está… Vou alternando também no alimentação. Se hoje eu faço a carne e sobra para o jantar é legal, mas se não sobrar, frito um ovo para não ter que fazer comida novamente e assim não acabar tudo de uma vez”, disse.

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De modo geral, os dados mostrados na pesquisa trazem uma tendência de aumento na cesta básica de consumo em todo o país, o que tem sido comum nos últimos meses. Na avaliação do economista Eduardo Souza, a desvalorização da moeda brasileira e o aumento do preço do combustível refletem diretamente nesse aumento.

“Você acaba tendo um custo maior para distribuir seus produtos, que são produzidos em todo Brasil para o mercado consumidor e isso acaba tornando o produto mais caro, preço final dele mais caro, tendo em vista que nós vamos ter um custo de logística para escoar a produção um pouco mais elevado, então isso eleva o preço de cada um dos produtos da cesta. De aspectos externos, nós podemos mencionar, por exemplo: a desvalorização do real no mercado internacional. Se colocarmos em paridade o Real com o dólar ou com Euro vai haver uma desvalorização da nossa moeda, isso faz com que haja um incentivo à exportação de tudo aquilo que é produzido no nosso país”, explicou.

Em Manaus, a farinha de mandioca, um dos alimentos mais consumidos pela população amazonense, está entre os produtos que ficaram mais caros. Café, leite, arroz e feijão também tiveram aumento no preço.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar