Amazonas registra segundo pior Setembro em relação a incêndios

Nesta segunda-feira, Manaus amanheceu mais uma vez com nuvens de fumaça. O cheiro forte incomodou quem saiu de casa logo cedo. A fumaça prejudicou a visibilidade, na região do central da capital amazonense. O Guia Turístico, André Araújo, trabalha no centro histórico de Manaus e percebeu o cheiro forte de queimada no ar. “A fumaça arde nos olhos e na garganta. Eu que tenho problemas com asma, isso prejudica mais”, disse o Guia de Turismo.

De acordo com o INPE, em vinte e dois dias, o Amazonas já teve quase seis mil focos de incêndio. É o segundo pior setembro da história em queimadas florestais. Durante a semana, Manaus experimentou uma sequência de dias tomados pela fumaça provenientes de queimadas. A grande quantidade de fuligem na atmosfera da capital amazonense assustou os moradores.

A fumaça prejudica a visibilidade, que chega a ser de apenas dois metros, o que é ruim para a navegação e compromete até as operações de pousos e decolagens no aeroporto da capital amazonense. Em setembro, a fumaça vinda de queimadas não deu trégua. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, em vinte e dois dias, foram registrados cinco mil e duzentos e vinte e dois focos de calor.

É a segunda maior queima de vegetação da história, atrás apenas de setembro do ano passado. Os especialistas dizem que os ventos ajudam a carregar a fumaça das queimadas de um lado para o outro. A fumaça geralmente, vem das cidades da região metropolitana e até mesmo dos municípios do sul do Amazonas, explica o Porta-voz do Greenpeace no Brasil, Romulo Batista.

“Eles esperam o ano todo por esses dias de sol forte para promover as queimadas. Quem desmata a floresta escolhe esse período do verão amazônico, porque vão ter menos trabalho nesse processo. Mas eles não sabem os prejuízos que eles causam ao planeta e à humanidade”, afirma o representante do Greenpeace.

A fumaça densa foi tão intensa que imagens de satélite de profundidade ótica identificam que após atingir Manaus, elas se deslocam, agora, para o sul do Brasil.

Ouça a reportagem completa em áudio:

Orestes Litaiff – Rádio Rio Mar

Foto: Agência/EBC