Faleceu neste sábado aos 92 anos, o bispo emérito de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Calsadáliga, expoente na luta contra a ditadura militar no Brasil e um defensor dos direitos humanos e sociais dos indígenas e povos ribeirinhos. Ele faleceu às 9h40 na cidade de Batatais, no estado de São Paulo, onde havia sido removido para tratamento médico devido a problemas respiratórios. Nos três testes que fizeram nele, houve resultado negativo para a Covid-19.
Nascido na região da Catalunha, na Espanha, em 16 de fevereiro de 1928, Casaldáliga se radicou no Brasil em 1968, em plena ditadura militar, sendo nomeado em 1971 como o bispo prelado de São Félix do Araguaia, cargo que ocupou até a sua renúncia em 2005. Foi um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário, o Cimi, nos anos 70.
Adepto da Teologia da libertação, seu lema de vida era “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. Porém, sua luta pelos direitos dos povos indígenas e ribeirinhos lhe trouxe ameaças de morte e no período da ditadura militar, foi por cinco vezes ameaçado de expulsão do país.
Num dos casos mais graves, em 1976, ele, junto com o jesuíta João Bosco Burnier, foram tentar libertar duas mulheres que haviam sido presas e estavam sendo torturadas numa delegacia na cidade de Ribeirão Cascalheira. Após forte discussão, o jesuíta Burnier acabou morto pelos policiais com um tiro na nuca.
Segundo a prelazia de São Félix do Araguaia, o velório de Dom Pedro Casaldáliga vai ocorrer a partir das 15h deste sábado na capela de Claretiano, em Batatais, estado de São Paulo. Depois, seu corpo também será velado no município de Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, no dia 10 de agosto e, posteriormente, seu corpo será sepultado na cidade de São Félix do Araguaia.
Da Redação da Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/CNBB