O levantamento realizado pela Central Única das Favelas (CUFA) em parceria com o Data Favela e o IBGE rompe com estigmas e revela um novo retrato das periferias, as favelas como territórios de consumo, geração de renda e protagonismo econômico.
Nos últimos três meses, os dados apontam que 55% dos moradores de favelas compraram produtos de beleza e 41% adquiriram vestuário. Para os próximos seis meses, as intenções de compra seguem em alta, com destaque para a Região Norte, que apresenta percentuais acima da média nacional em diversas categorias.
Na Região Norte, 77% dos moradores pretendem comprar roupas, superando a média nacional de 70%, o que representa cerca de 8,6 milhões de pessoas. Quando o assunto é beleza, 67% planejam adquirir perfumes e cosméticos, também acima da média nacional, estimada em 60% (ou 7,4 milhões de consumidores). O setor da construção civil também se destaca, 59% dos moradores pretendem comprar materiais de construção, enquanto a média brasileira está em 51%, o que representa 6,3 milhões de pessoas.
De acordo com o presidente da CUFA amazonas, Alexey Ribeiro, o protagonismo da população da favela é um dos dados positivos da pesquisa que precisam ser ressaltados.
Entre as maiores favelas do Brasil, o Amazonas marca presença no ranking com duas grandes comunidades: Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, com 55.821 habitantes, e Comunidade São Lucas, com 53.674. O estado fica atrás da Rocinha (RJ) com 72.021 moradores, Sol Nascente (DF) com 70.908, e Paraisópolis (SP) com 58.527.
Economicamente, os dados da pesquisa apontam um cenário positivo, mas é possível melhorar.
Segundo dados do Data Favela, a maioria dos moradores desses territórios associa o consumo a um esforço de vida: 78% afirmam que se esforçam para comprar o que não tiveram na juventude, e 85% se sentem realizados ao economizar e conquistar um produto com o próprio esforço.
Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação Sebrae SC