Unijava relata demora das autoridades para iniciar buscas por jornalista e indigenista

Já são três dias sem informações sobre o paradeiro do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Philips. Os dois estão desaparecidos desde o domingo, quando se deslocavam para uma comunidade no Vale do Javari.

Demora para início das buscas atrapalha, afirma assessor jurídico. Foto: Divulgação

Demora para início das buscas atrapalha, afirma assessor jurídico. Foto: Divulgação

O desaparecimento comoveu as entidades indígenas, que assinaram uma carta em conjunto, pedindo apoio nas buscas e para que o caso seja solucionado o mais breve possível.

A carta foi assinada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Leia também: Procurador diz que indigenista desaparecido no Vale do Javari sofria ameaças de garimpeiros

Após a publicação do documento, o assessor jurídico da Unijava, Yura Marubo, disse que houve demora por parte das autoridades em tomarem providências acerca do desaparecimento, o que atrasou as buscas.

“Foi comunicado às autoridades competentes para que tomassem as devidas providências. No entanto,  o retorno foi tardio, e mesmo assim, nós tomamos, por conta própria, as medidas cabíveis para procurar. Foi só após sair na mídia internacional o desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips que as autoridades começaram a dar conta da dinâmica e do problema que estava acontecendo”, contou.

 

Ouça a reportagem:

Marubo afirmou, ainda, que existe um sério problema relacionado à falta de segurança no Vale do Javari, afetando a comunidade indígena e os defensores da causa.

“São problemas que envolvem o tráfico de drogas, que são narcotraficantes, madeireiros, empresários, pescadores e agora as mineradoras… nós não temos o poder de polícia instalado neste lugar, o que facilita e recai aos povos indígenas, o que faz com que a criminalidade fique operando até o momento”, destacou.

Por meio de nota, os órgãos competentes informaram que atuam nas buscas pelos desaparecidos prestando todo o apoio necessário. O Comando Militar da Amazônia (CMA) informou que tem realizado ações emergenciais e humanitárias nas buscas, com meios fluviais e terrestres.

A Polícia Federal informou que acompanha e trabalha no caso, tomando todas as providências necessárias. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informou que já toma as medidas para auxiliar na resolução desse desaparecimento. E que uma força-tarefa entre as polícias Militar e Civis já estão em operação.O Ministério Público Federal (MPF) disse que está intermediando as ações de buscas para solucionar o caso.

Rebeca Beatriz -Rádio Rio Mar