Suspeitos de derrubar ilegalmente 9 mil árvores são presos em Manaus e Manacapuru

Em abril deste ano, mesmo em meio à pandemia de coronavírus, o Amazonas teve um aumento de 63% no desmatamento em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 96 mil quilômetros quadrados, uma área equivalente a 13.445 campos de futebol. E para combater a degradação ilegal, foi deflagrada a operação ‘Fauna Amazônica’, em Manaus e Manacapuru, nesta terça-feira. Até o meio dia, 36 pessoas haviam sido presas.

Segundo o delegado Rafael Allemand, diretor do departamento de repressão ao crime organizado da Polícia Civil, a investigação começou há três meses e identificou todos os integrantes do esquema.

Segundo Rafael Allemand, os empresários compravam 10% de madeira legal e 90% ilegal, para tentar burlar eventual fiscalização.

O delegado afirma que, alguns dos investigados presos já tinham passagem pela polícia, mas nunca tinham sido presos porque os crimes de característica ambiental são de baixo potencial ofensivo. Agora, enquadrados como organização criminosa, foram presos temporariamente e podem ter a prisão convertida para preventiva pela Justiça, com base nas provas coletadas nas investigações.

A operação teve 28 presos por mandados de prisão e 8 detidas em flagrante, 45 mandados de busca e apreensão, 17 caminhões, 5 armas de fogo, R$ 200 mil reais e mais de 1 mil metros cúbicos de madeira apreendida.

Segundo a Polícia Civil, interceptações telefônicas ajudaram a revelar a cadeia de atuação do grupo criminoso, formado por empresários moveleiros, serralheiros, extratores, motoristas e agentes públicos, que recebiam propina para liberar as cargas ilegais.

A estimativa é de que, em dez meses, a organização criminosa derrubou quase 9 mil árvores centenárias de regiões de mata nativa de Manacapuru, como Castanheira, Cupiuba, Seringueira, Angelim, Sumaúma, Cedro e Muiratingas.

A polícia não conseguiu estimar o valor de mercado destas árvores porque ainda vai analisar os documentos apreendidos para saber por quanto o material era comprado e vendido.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Arthur Castro/Secom e Erlon Rodrigues/Polícia Civil