Ser ressuscitado: difundir o que é vida, o que é bom

Estou com fomeEditorial, por Luis Miguel Modino*

A Páscoa, tempo em que celebramos a ressurreição do Senhor, é uma oportunidade para refletir sobra a necessidade de espalhar vida numa sociedade onde tudo o que tem a ver com a morte parece querer tomar conta.

Os discípulos e discípulas de Jesus se tornaram testemunhas da vida, se empenharam em anunciar, em dar a conhecer tudo o que tinha a ver com a vida. Quando a gente olha para nossa realidade social, descobrimos que todas essas coisas que têm a ver com a morte, tudo o que é ruim, rapidamente é espalhado, enquanto aquilo que é sinal de vida, não é dado a conhecer aos outros.

Se nos empenharmos em testemunhar tudo o que de bom temos e enxergamos nos outros, nossa vida seria diferente e o mundo em que vivemos seria melhor. A bondade, os sinais de ressurreição, os sinais de Deus, iriam tomando conta da nossa vida e desterraríamos tudo o que faz com o pessimismo tome cada vez mais conta da nossa sociedade, da nossa vida, da vida das nossas famílias.

Quando nós difundimos esses sinais de morte, quando temos medo de apostar na vida, nossa vida vai se apagando, deixando de ser luz para os outros, nos afastando daquilo que nos plenifica como pessoas, daquilo que nos aproxima de Deus. Deixar de lado essas atitudes tem que ser visto como uma necessidade em nossa vida e somos chamados a nos empenharmos nisso, nos empenharmos em ser sementes de vida para a humanidade, sementes de vida para aqueles com a gente convive, com as pessoas com as quais nos relacionamos em nosso cotidiano.

Nunca podemos esquecer que nós podemos fazer a diferença, como tantos homens e mulheres tem feito ao longo da história. Mesmo com posturas contrárias dos outros, mesmo com tentativas de boicotar nosso empenho, não podemos perder a esperança em espalhar o bem, em espalhar tantos sinais de vida que vamos descobrindo em nosso dia a dia.

O que eu vou fazer para apostar na vida, para testemunhar o novo modo de viver como ressuscitados? Como eu vou me implicar para que a verdade seja testemunhada, espalhada e tudo o que tem cheiro de morte, tudo o que é ruim seja desterrado da sociedade? Como ser consciente de que na medida em que eu me implico nas mudanças, a realidade pode ser diferente?

A ressurreição de Jesus é algo que tem implicações em nossa vida, é bem mais do que um sentimento, é um motor que nos impulsiona em nosso testemunho e nos compromete para fazer realidade um mundo melhor para todos e todas, um mundo onde cada um de nós, cada ser humano, difunda o que é vida, o que é bom.

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*Missionário espanhol e assessor de comunicação do Regional Norte 1 da CNBB