A Secretaria de Estado de Saúde solicitou habilitação de leitos para atender pacientes com Covid-19 em hospitais militares em Manaus (AM). A capital conta com um Hospital e Pronto Socorro da Força Aérea Brasileira, que atende militares e seus dependentes, localizado na Base Aérea, e outra unidade do Exército Brasileiro, no bairro Cachoeirinha, que também presta atendimento aos familiares e militares da Marinha do Brasil e servidores do Exército da capital, municípios do interior do Amazonas e outros Estados que compõem a região militar, como Roraima e Acre.
Segundo a SES-AM, ainda não houve resposta formal da solicitação enviada às Forças Armadas, mas “ressalta que tem trabalhado incansavelmente para a ampliação do número de leitos na rede estadual de saúde, utilizando toda a capacidade instalada nas unidades da capital” e que “tem buscado a habilitação de leitos em unidades que possuam disponibilidade para tal, seja na rede privada, filantrópica ou instituições das Forças Armadas”.
No último fim de semana, um áudio atribuído ao Comandante da Ala 8, Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme da Silva Magarão trata sobre o pedido do Governo Estadual e relata a preocupação com a ocupação de leitos no Hospital de Aeronáutica de Manaus, além de reforçar os cuidados que os militares precisam redobrar nesse período.
“Creio que todos tenham acompanhado a evolução da Covid na capital […], então realmente o sistema de saúde de Manaus está colapsado de novo. A secretaria do Governo já me mandou dois ofícios pedindo para usar a estrutura do nosso hospital e eu respondi que a gente não tem como ceder nenhum leito nosso porque ele atende a família Aeronáutica”, destacou.
Segundo o Comandante, somente no último fim de semana havia 16 pessoas internadas na unidade de saúde e ao menos dois militares em situação grave foram transferidos para outros municípios, um deles foi levado para Belém-PA. “O quadro está realmente muito complicado, eu diria que está tão complicado como esteve no primeiro pico da crise”, afirmou.
Procurada pela reportagem, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil não comentaram sobre a ocupação de leitos nas unidades de saúde em Manaus e a respeito do pedido da Secretaria de Estado de Saúde de utilizar os espaços para acolher pacientes em geral com Covid-19.
O Comando Militar da Amazônia informou, em nota, que está seguindo todas as orientações do Ministério da Saúde e diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Defesa e Comando do Exército no combate à Covid-19. Ressaltou que o Hospital Militar de Área de Manaus (HMAM) é responsável por prestar assistência médico-hospitalar para todos os militares e dependentes. Em relação ao apoio do Governo do Amazonas, o Hospital de Guarnição de Tabatinga (HGuT) e o Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira têm convênio celebrado entre o Comando Militar da 12ª Região Militar e a Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Amazonas e realiza atendimento junto à família militar, bem como à população em geral, nas regiões em que se encontram instalados.
A nota menciona, ainda, que o Comando Conjunto Amazônia permanece disponibilizando apoios operacionais e logísticos possíveis para atender às demandas dos órgãos de saúde estaduais e municipais, por meio da Operação Covid-19.
Ana Maria Reis – Rádio Rio Mar