Rio Negro já desceu 17 centímetros e consolida período de vazante em Manaus

Após atingir 30,02 metros e superar a maior cheia de toda a história, o nível do rio Negro, em Manaus, já desceu 17 cm e está, oficialmente, em processo de vazante. A última medição no Porto da capital nesta terça-feira (06) marca a cota de 29,85m.

A pesquisadora em geociências da CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) Luna Gripp, explicou que a vazante é caracterizada quando há redução no nível por dias consecutivos.

Em Manaus, não foi possível afirmar que a vazante começou no primeiro momento em que o rio desceu, porque pequenas variações de nível podem ser causadas por incertezas associadas à medição, como banzeiros, ou flutuações próximas às réguas de leituras, ou aos equipamentos automáticos.

“Tanto para o Rio Negro, em Manaus, para o Solimões, em Manacapuru, para o Amazonas em Itacoatiara, isso nos confirma que todos esses grandes rios, principalmente na região central da Amazônia já começam a apresentar o processo de vazante, que provavelmente vai se manter até o final do ano. Então a gente sabe que, normalmente, entre junho e julho, o rio atinge a sua cota máxima e, a partir daí, começa a descer até o final do processo de vazante, que pode acontecer desde outubro, novembro ou dezembro daquele ano”, explicou.

Redução lenta

Mesmo com o princípio do processo de descida das águas, as cidades ainda continuam com níveis acima da cota de inundação severa. Como a vazante é lenta e gradual, os efeitos da inundação não se encerram logo que o rio começa a descer. Segundo a pesquisadora, não é possível prever a velocidade da vazante.

As cheias máximas anuais normalmente ocorrem entre os meses de junho e julho. Foto: Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar

Em alguns municípios do Amazonas, na região do Alto rio Negro, como Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Barcelos o Rio Negro ainda pode voltar a subir por causa das chuvas localizadas.

No dia 16 de junho, o rio Negro atingiu os 30,02m após passar 8 dias estabilizado na marca histórica de 30m. A subida não foi considerada um repiquete, já que aconteceu devido a uma chuva específica, de magnitude muito acima do esperado, nos dias 13 e 14 de junho, em uma grande área das bacias dos rios Negro e Solimões.

Assistência às famílias

Na Colônia Antônio Aleixo, ainda há reclamações sobre a falta de assistência do município às famílias atingidas pela cheia. A Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) informou que o quinto lote do auxílio aluguel deve ser feito na próxima semana, até o dia 16

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar