Rio Negro em Manaus sobe 1 m e inicia oficialmente período de cheia

Dos 27 dias do mês de novembro, a cota do Rio Negro subiu em 21 deles, chegando à marca de 20,61 m nessa sexta-feira. Com uma subida sucessiva de 1,17 m, a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais)  considera que o período de cheia já começou.

As cheias máximas anuais normalmente ocorrem entre os meses de junho e julho. Foto: Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar

O pesquisador em Geociências André Martinelli informou que 2021 tem sido um ano atípico para toda a bacia do Rio Negro.

“As cotas monitoradas em toda a extensão do Rio Negro, nas estações que a gente monitora, após o término da cheia, quando o Rio começou a descer, elas se mantiveram sempre acima da faixa de maior permanência, ou seja, níveis acima do que se esperava para a época. Agora que o Rio se encontra no processo de cheia novamente, essa cota parte de um nível que é acima do esperado”, afirmou.

Já em Manaus, apesar da diferença de três metros entre a cota do Rio Negro em novembro de 2021 e em 2020, o nível está dentro do esperado, ou seja, não se trata de um evento crítico e não tem relação com evento severo de cheia para o próximo ano.

“Apesar de a cota estar em um nível elevado, comparado à do ano passado, é um nível dentro da faixa de maior permanência. 19 metros, 20 metros como está agora para a época do ano é uma cota dentro daquilo que se espera”, explicou.

Ao longo dos 119 anos de monitoramento hidrológico, o processo de cheia começou com o nível do Rio acima de 19 metros por 24 vezes e em apenas 4 anos se transformaram em uma grande cheia.

Enquanto na bacia do Rio Negro, a quantidade de chuva acima do esperado fez com que o rio ficasse mais cheio do que o normal, na bacia do Rio Solimões e afluentes o efeito foi contrário. Choveu menos.

“Por isso as vazantes do Alto Solimões e Purus, Javari e Juruá foram vazantes bastante severas. O que se espera, em Manaus, a gente está atravessando o início do processo de chuvas na nossa região”, disse.

O rio Madeira na estação de Humaitá ainda está abaixo do que se espera para a época. Na Bacia do Rio Amazonas, nas estações de Careiro, Itacoatiara e Parintins o processo de cheia também começou, mas com os níveis esperados.

Ana Maria Reis  / Rádio Rio Mar