Possibilitar a representatividade dos povos Amazônia, sejam eles ribeirinhos, pescadores, indígenas ou moradores de comunidades é um desafio cada vez mais necessário, principalmente num período em que a região é alvo de conflitos sociais e ambientais.
E pensando em dar voz e visibilidade a esses povos que a Rede de Notícias da Amazônia (RNA), uma associação de rádios da Amazônia sem fins lucrativos realiza em Manaus o Encontro para entidades e instituições associadas.
O objetivo é construir um diálogo por meio da informação e da busca por maneiras de solucionar os problemas e enfrentar os desafios típicos da região e desses povos, como a desigualdade social, conforme explicou o diretor da RNA, padre Edilberto Sena.
“Em geral, os meios de comunicação nacionais olham a Amazônia como objeto dos seus interesses e a Rede de Notícias da Amazônia defende que natureza é sujeito de direitos e a estão destruindo. A RNA faz esse contraponto, de dizer que aqui na Amazônia tem alguém que pensa diferente em defesa do bem viver”.
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Morador do município de Tefé, interior do Amazonas, o professor universitário Guilherme Gitahy, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) é um dos participantes do encontro. Segundo ele, é fundamental estreitar as relações entre essa pluralidade que existe na Amazônia.
“Eu acho que a nossa maior dificuldade é conseguiu unir as diferentes regiões. Sempre falamos: eu e os de fora. Então, falta a gente construir mais a nossa identidade, a multiplicidade das identidades amazônicas e o irmanamento dessas identidades através de um diálogo intercultural. Avançamos primeiro na comunicação e depois nas lutas pela construção de uma democracia mais forte, de uma economia de acordo com as nossas necessidades e as necessidades da floresta”.
O encontro acontece até a próxima quinta-feira, dia 28 de abril. Os participantes discutem por meio de palestras e atividades em equipe, possibilidades para solucionar as problemáticas da região. E o mais importante, são ensinados a pensar sempre em conjunto, já que a Amazônia não é composta por uma só cultura ou um só povo, mas sim, diferentes povos e culturas que fazem parte de uma Amazônia plural.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar