Reestruturar a base e a dinâmica familiar após uma infração contra os direitos da pessoa idosa pode ser uma tarefa complicada. Com isso em mente, o projeto “EnvelheSer 60+” desenvolveu um novo eixo, o “Um Convívio sem Violência”, que tem como foco o trabalho direto com o parente responsável pela violação. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc).
Após a finalização da primeira turma do “Um Convívio sem Violência” – iniciada no último dia 5 de junho -, a coordenação do eixo voltará a entrar em contato com a família, após um período de dois meses. Os candidatos são encaminhados à iniciativa por meio do Centro Integrado de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (Cipdi) ou da Delegacia Especializada de Crime Contra Idoso (Decci). Ao integrarem o eixo, os participantes são submetidos à uma anamnese específica, onde são recolhidas não somente informações sobre a vida do familiar.
Segundo a titular da Decci, Andréa Nascimento, a iniciativa é inovadora no combate à violência contra a pessoa idosa. “Esse projeto visa não somente olhar o agressor como um autor de um crime, mas também como um ser humano, que precisa ser observado, ser ouvido e ser garantida e ele a mudança do seu comportamento”, pontuou a delegada.
Conforme Andréa, muitas vezes, mesmo após a instauração do procedimento criminal ou punição do possível infrator, as partes continuam convivendo. “Muitos idosos, não desejam romper esse vínculo afetivo com o seu agressor. Estamos falando de filhos, netos, pessoas próximas que convivem com aquele idoso. Então, a convivência permanece e, com isso, o alto índice de reincidência dos crimes contra a pessoa idosa”, explicou.