Presidente do STF se manifesta após ameaças de Bolsonaro no 7 de setembro

No dia seguinte aos atos realizados em todo o país, que defendiam a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, se pronunciou contra os atos antidemocráticos.

“Ninguém, ninguém fechará esta Corte. Nós a manteremos de pé com suor, perseverança e coragem. No exercício do seu papel o Supremo Tribunal Federal não se cansará de pregar fidelidade à Constituição. E ao assim proceder, essa Corte reafirmará ao longo de sua perene existência, o seu necessário compromisso com o regime democrático, com os direitos humanos e com o respeito aos Poderes e às Instituições do país”, afirma Fux.

O presidente da República, Jair Bolsonaro participou das manifestações realizadas em Brasília e em São Paulo, onde os manifestantes portavam cartazes pedindo intervenções e o próprio presidente reforçou o tom de ameaça contra o Poder Judiciário.

“Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos. Porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada Poder da República, bradou Bolsonaro.

Fux se posicionou contra as falas do presidente e afirmou que o caso pode ser analisado pelo Congresso Nacional como Crime de Responsabilidade.

“Se o desprezo às decisões judiciais ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude além de representar um atentado à democracia, configura Crime de Responsabilidade a ser analisado pelo Congresso Nacional, finaliza o presidente do STF.

Ainda em tom enérgico, o presidente do Supremo exigiu que os líderes do país se dediquem a solucionar as atuais crises no Brasil, como a pandemia, o desemprego, inflação e ainda, a crise hídrica.

Logo em seguida, o procurador-geral da República, Augusto Aras também se pronunciou, mas classificou o dia de protestos, como uma festa da Pátria e se eximiu de comentar as declarações do presidente.

Na manhã dessa quarta, o presidente da Câmara Legislativa também comentou o ocorrido e afirmou que não vai admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas – como a do voto impresso, e garantiu que vai conversar com os poderes para dar um basta ao crescente discurso que classificou como negativo.

Texto e foto: Vitória Lima – Rádio Rio Mar