Prefeitura orienta professores a adotarem nota 5 como mínima em avaliação de alunos em Manaus

A prefeitura distribuiu uma circular nas escolas municipais de Manaus para orientar os professores a adotarem a nota mínima de 5 pontos para avaliação de todos os alunos, após o retorno 100% presencial das aulas.

A informação foi levada ao plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), pelo vereador Raiff Matos (DC), na última terça-feira.

A rádio Rio Mar apurou e confirmou a veracidade das informações e a circular, de fato, foi emitida pela Secretaria Municipal de Educação (Semed).

Em nota, a Semed informou à Rádio Rio Mar que:

“Por conta da pandemia da Covid-19, o Conselho Nacional de Educação (CNE) permitiu a flexibilização de processos avaliativos e o desenvolvimento do currículo contínuo, para minimizar as perdas pedagógicas ocasionadas pelo momento pandêmico.”

Ainda conforme a Semed, o CNE definiu que “os estudantes das escolas da rede pública que estejam frequentando aulas de forma presencial ou remota, em 2021, serão avaliados seguindo o intervalo de notas de 5,0 (cinco) a 10,0 (dez).”

A Semed diz ainda que “despendeu todos os esforços para minimizar as lacunas de aprendizagem, organizando e desenvolvendo ações que visam repor os conteúdos não ministrados em 2020, por meio da elaboração e implementação do currículo contínuo”, composto por videoaulas e simulados.

O professor Sérgio Freire, Doutor em Linguística e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), cita que um estudo feito pelo Todos pela Educação mostra que apenas 54% dos jovens brasileiros concluem o Ensino Médio até os 19 anos e um a cada cinco jovens entre 15 e 17 anos ainda está no Ensino Fundamental, acumulando reprovações, e cerca de 15% deles já abandonaram os estudos.

Sérgio Freire afirma que, há muito tempo, o modelo de reprovação vem sendo discutido. Porém, implantar um sistema de progressão continuada sem melhoria na estrutura de ensino e ampla discussão pode se transformar em um caos para o País.

 Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto – João Viana / Semcom