A aposentada Maria das Neves tornou-se uma adepta do fogão a lenha. Uma estratégia que na cidade é complicada de realizar.
Já a funcionária pública, Heloisa Queiroz, optou por cozinha em dias específicos.
Para os empresários do ramo alimentar a situação também é complicada, como aponta Nete Gomes, sócia de um restaurante.
Diversas são as estratégias utilizadas pelo amazonense para sanar as despesas e garantir a comida na mesa. A alta na inflação, agravada pela situação pandêmica, é um dos vilões, porém existem outros, relata o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira.
O botijão já custa o equivalente a 10% do salário mínimo em 16 estados, incluindo o Amazonas. No interior a situação é mais complicada, como alerta o deputado federal Marcelo Ramos.
Para amenizar o sofrimento de muitos brasileiros, a Câmara Federal aprovou no fim do mês de setembro o Auxílio Gás Social para subsidiar o preço do gás de cozinha para famílias de baixa renda. O valor do beneficio será de pelo menos 50% do valor do botijão de gás de 13kg e beneficiará mulheres vítimas de violência doméstica beneficiadas por medidas protetivas de urgência, famílias inscritas no CadÚnico do Governdo Federal ou que tenham entre seus membros quem receba o BPC – Benefício de Prestação Continuada. A matéria está no Senado para deliberação. A expectativa do relator do Projeto, deputado Christino Aureo do PP do Rio de Janeiro, é que a iniciativa comece a funcionar em breve.
Na última semana a Petrobras anunciou programa de R$300 milhões que prevê gás para as famílias de baixa renda. A expectativa de duração é de 15 meses. Detalhes do projeto ainda devem ser definidos, como: quantas famílias vão ser beneficiadas, quais e quando começa. A Petrobras diz está buscando empresas parceiras. A medida foi anunciada quando o preço médio do gás de cozinha chegou a R$98, segundo a Agência Nacional de Petróleo. Porém, em muitos Estados, assim como no Amazonas, o valor já supera os R$100,00.
Tania Freitas – Rádio Rio Mar
Foto: Pedro Ventura – Agência Brasil