Povos indígenas e quilombolas em Manaus recebem recenseadores do IBGE

Os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começaram a fazer o Censo dos indígenas que moram Manaus. Os recenseadores estiveram na aldeia indígena Santa Maria, localizada na Rua Cojubim, no bairro Tarumã, zona rural da cidade.

Em 2010 foram recenseados no Amazonas 183.514 indígenas, dos quais 70,6% moravam em terras indígenas. O estado possuía a maior população indígena do país, sendo São Gabriel da Cachoeira o município com a maior população (29.562), equivalente a 76,5% do total do município.

A presença dos indígenas na população amazonense é tão marcante que seis entre os dez municípios com maior presença do povo, são do Amazonas (São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Santa Isabel do Rio Negro, Benjamin Constant e Barcelos).

De acordo com o coordenador técnico do Censo 2022 no Amazonas, Tiago Almundi, os povos e comunidades tradicionais são definidos como grupos culturalmente diferenciados que têm suas próprias formas de organização social.

Dentre esses povos etnicamente diferenciados estão os indígenas e os quilombolas, cujos dados serão levantados pelo Censo 2022. É apenas por meio dos recenseadores , que faz uma varredura completa do território nacional, que é possível ter uma captura mais completa e detalhada desses grupos.

Outro avanço foi a comparação da população nas terras indígenas oficialmente delimitadas com a que reside fora delas, por meio da compatibilização das malhas censitárias com os limites dessas localidades. Isso também permitiu, por exemplo, a divulgação de dados relativos a esses povos com recortes para grandes regiões, unidades da federação e municípios.

A pergunta de identidade étnica para indígenas apareceu pela primeira vez no Censo de 1991 e manteve-se nos Censos seguintes (2000 e 2010). No Censo realizado em 2010, houve um aprimoramento da pesquisa em relação a essa população, com a inclusão de perguntas sobre pertencimento étnico, línguas indígenas faladas e se falava português.

O quesito cor ou raça foi transferido do questionário da amostra (parte dos domicílios) para o do universo (total dos domicílios), o que melhora a captação dessa característica. Foi a primeira vez que esses temas foram levantados pela pesquisa.

“Essa inclusão representou uma evolução na caracterização demográfica, étnica e linguística da população indígena e gerou demandas por informações mais detalhadas referentes tanto aos indígenas quanto aos quilombolas”, afirma o IBGE.

Para o instituto, que segue normativas nacionais e internacionais, quilombola ou indígena é a pessoa que assim se identifica.

Outro avanço do Censo, segundo o IBBE, foi a comparação da população nas terras indígenas oficialmente delimitadas com a que reside fora delas, por meio da compatibilização das malhas censitárias com os limites dessas localidades.

Isso também permitiu, por exemplo, a divulgação de dados relativos a esses povos com recortes para grandes regiões, unidades da federação e municípios.

O Censo 2010 também foi o primeiro com questionário georreferenciado nas áreas rurais, o que possibilitou a aplicação de uma pergunta sempre que o recenseador estivesse trabalhando dentro de uma terra indígena oficialmente delimitadas e que houvesse sido declarado como tendo uma cor ou raça diferente de indígena.

Hiolanda Mendes – Rádio Rio Mar