Poeta amazonense Thiago de Mello morre aos 95 anos

Morreu nesta sexta-feira (14), aos 95 anos, o poeta amazonense Thiago de Mello. Ele faleceu em casa, em Manaus. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Thiago de Mello, nome literário de Amadeu Thiago de Mello, nasceu em Porantim do Bom Socorro, em Barreirinha, no Estado do Amazonas, no dia 30 de março de 1926. Em 1931, ainda criança, se mudou com a família para Manaus, onde iniciou seus estudos no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e depois, no Ginásio Pedro II. Depois, foi para o Rio de Janeiro, onde em 1946 ingressou na Faculdade Nacional de Medicina, mas concluiu o curso para seguir a carreira literária.

O governador Wilson Lima decretou luto oficial de três dias pelo falecimento do poeta. Um dos maiores e mais respeitados poetas brasileiros, Thiago de Mello é um expoente da cultura amazônica e deixa um importante legado para a literatura mundial.

“É uma perda irreparável para nossa cultura. Que Deus conforte familiares e amigos do nosso grande poeta”, disse Wilson Lima.

Com obras traduzidas para mais de 30 idiomas, Thiago de Mello foi homenageado pelo Estado em 2021, quando artistas de diferentes segmentos se uniram para a leitura do poema “Faz escuro, mas eu canto”.

O poeta é membro da Academia Amazonense de Letras e recebeu o destaque de Personalidade Literária do Prêmio Jabuti, em 2018. O autor foi reconhecido pelo conjunto da obra, que é referência na literatura regional brasileira.

Segundo a Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, o velório será realizado no Centro Cultural Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, 1546, Centro, com horário a confirmar e seguindo todos os protocolos de segurança sanitária.

Características da Obra de Thiago de Mello
Thiago de Mello, autor de uma obra vinculada à geração de 1945, tornou-se nacionalmente conhecido na década de 1960 como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos, e manifestou em poesia o seu repúdio ao autoritarismo e à repressão. Após o exílio político, voltou ao Brasil em 1978. Ao lado do cantor e compositor Sérgio Ricardo, participou do show “Faz Escuro Mas Eu Canto”, dirigido pelo cronista Flávio Rangel. Ainda em 1978, retorna para Barreirinhas, no Amazonas. Em abril de 1985, o poema “Os Estatutos do Homem”, foi musicado por Cláudio Santoro, e abriu a temporada de concertos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

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Fotos: Divulgação