Parlamentar contra aumento de salário dos vereadores vai à Justiça para análise de projetos

O vereador Rodrigo Guedes vai judicializar os projetos que apresentou ao longo de 2021 na Câmara Municipal de Manaus. Isso porque, segundo ele, nenhuma proposta foi sequer votada. O motivo do boicote seria o posicionamento independente e muitas vezes de oposição ao Executivo e à base governista no próprio legislativo.

No rito comum, o projeto precisa passar por várias Comissões, como a de Constituição e Justiça, Comissão de Finanças, Comissões temáticas e no final o mérito é analisado.

“Ou seja, os meus projetos não passam sequer das comissões. Eles sentam em cima dos meus projetos nas comissões para nem serem deliberados, para não serem votados, não irem a plenário”, afirmou.

Entre os projetos está o que revoga o aumento salarial dos vereadores. A lei municipal que concede o reajuste foi aprovada em 2020 e aumenta em 26% a partir de janeiro de 2022. Os salários dos vereadores de Manaus vão passar dos atuais R$ 15 mil para R$ 18,9 mil. No começo do ano, Rodrigo Guedes apresentou uma proposta de revogar esse aumento, mas não foi adiante.

Outra proposta apresentada foi para que as sessões plenárias sejam realizadas de segunda a sexta-feira e não só até quarta, como ocorre atualmente.

Além disso, propôs o fim do recesso parlamentar do meio do ano. Também há um projeto que obriga a prefeitura a instalar câmeras de segurança em terminais de ônibus.

“Já foi até falado para mim, de uma forma muito direta, que nada meu [nenhum projeto] vai passar. Logicamente que nos bastidores, não foi falado isso publicamente. Mas na conversa de pé de ouvido, que nada meu vai passar por causa da minha postura independente e crítica, não só ao prefeito e à Prefeitura no sentido de fiscalizar as falhas, os erros da gestão municipal e o mau uso do dinheiro público. Mas acima de tudo por criticar e fiscalizar a própria Câmara Municipal de Manaus”, afirmou Rodrigo Guedes.

Cotão

Na semana passada, no último dia de sessão legislativa do ano, os vereadores aprovaram o aumento do cotão, como é chamada a cota para o exercício da atividade parlamentar. O valor passou de R$ 18 mil para mais de R$ 33 mil reais por mês.

A verba serve para cobrir gastos com combustível, aluguel de veículos e internet. A quantidade de assessores por vereador também aumentou de até 30 para 45 por parlamentar.

Apenas os vereadores Rodrigo Guedes, Capitão Carpê Andrade, Raiff Matos e Amom Mandel se manifestaram contrários à proposta do reajuste do Cotão.

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Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar