Pais protestam e denunciam novas agressões cometidas por terapeuta contra crianças autistas

Pais e mães de crianças autistas que faziam tratamento em uma clínica particular em Manaus realizaram um protesto nessa sexta-feira em frente ao 22º DIP (Distrito Integrado de Polícia) e cobraram a responsabilização da fisioterapeuta Samia Patricia Tiatto Watanabe, de 44 anos.

Imagens de câmeras de segurança da clínica registraram agressões em uma criança. A mãe registrou Boletim de Ocorrência e o caso está na justiça. Foto: Reprodução

Ela foi indiciada por maus tratos após uma mãe verificar nas câmeras de segurança que o filho sofreu agressões durante sessões de terapia.

Após a divulgação das imagens, cerca de 70 pais e mães de crianças atendidas pela mesma terapeuta criaram um grupo e solicitaram imagens das câmeras de segurança para verificar se os filhos também teriam sofrido algum tipo de agressão.

Uma das mães relatou que a filha de 4 anos fez acompanhamento com Sâmia por um ano e depois de assistir as imagens, procurou a polícia. Ouça o relato:

 

Outros pais também foram à delegacia, onde foi registrado o primeiro boletim de ocorrência contra a fisioterapeuta. Emocionados e abalados, eles pedem união de outros pais que também tiveram filhos agredidos.

A advogada da clínica onde Samia foi filmada cometendo as agressões, Simone Guerra informou que  a clínica está prestando suporte jurídico e apoio psicológico aos pais e crianças. Segundo a advogada, a terapeuta foi afastada antes do registro das agressões por outros motivos e a proprietária moveu uma ação contra a profissional no Ministério Público.

A Psicóloga Aline Padilha orienta que os pais observem qualquer mudança de comportamento dos filhos com espectro autista ou não. Os maus tratos causam consequências graves ao desenvolvimento na adolescência e na vida adulta.

Nós não conseguimos contato com a terapeuta Samia e nem com a defesa dela. A delegada Juliana Tuma, titular do 22º DIP, informou que, além dessa denúncia mencionada, outras duas foram registradas nesta semana, e, na manhã desta sexta (8), mais um B.O foi registrado sobre o caso.

A autoridade policial ressalta que em relação à responsabilização da clínica médica, esta deve ser feita por intermédio da Justiça, em uma ação cível. As partes envolvidas foram chamadas para esclarecimentos na delegacia, e a autora já iniciou a responsabilização pelo crime de maus-tratos.

Segundo Tuma, o procedimento em torno deste caso, já foi concluído e remetido à Justiça.

Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar