O presidente Jair Bolsonaro defendeu o ministro da saúde Eduardo Pazuello neste sábado (30), quando questionado sobre a investigação da Polícia Federal em relação à crise no Amazonas. “Trabalho excepcional, tremendo de um gestor”, afirmou. Bolsonaro disse também que não é “competência” nem “atribuição” do Governo levar oxigênio para o Amazonas.
Sobre a investigação da PF, Bolsonaro é questionado e diz que se trata de pequenos partidos políticos que “procuram o Supremo pra tudo”. Disse ainda que não vê problemas na investigação do ministro Pazuello. “Não tem problema nenhum não. Ele trabalha de domingo a domingo, ele vira a noite. Duvido que com outra pessoa teria sido a resposta que ele está dando”, declarou.
Em outra entrevista, Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o assunto, afirmando que não é obrigação do Governo Federal se antecipar aos problemas. “Estados e municípios tem que nos avisar, não faz parte de nós entregar oxigênio, não é trabalho da Força Aérea entregar oxigênio, mas quando acendeu a luz vermelha nós fizemos tudo possível para atender o pessoal de Manaus, afirmou.
O Presidente declarou, ainda, que enviou R$ 9 bilhões ao Estado. Porém, o portal da transparência do Governo do Amazonas mostra que o total repassado para o combate à Covid-19 em 2020 foi de R$ 516 milhões.
Nessa sexta-feira (29), a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a conduta do ministro na crise sanitária do Amazonas e o desabastecimento de oxigênio nos hospitais. O pedido de inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal no dia 23 pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. A PGR aponta indícios de atraso para o envio de oxigênio ao Estado e suposta omissão de Pazuello.
O primeiro dia de desabastecimento de oxigênio nos hospitais públicos de Manaus foi em 14 de janeiro. O Ministro chegou à Manaus no dia 11 e, um dia antes, o Governador Wilson Lima havia feito pronunciamento nas redes socais declarando a iminência da falta do insumo. Documento da PGR mostra que a empresa White Martins informou o Ministério da Saúde, no dia 8 de janeiro, sobre a incapacidade de fornecer oxigênio na quantidade que os hospitais do Amazonas precisavam. A demanda chegou a 80 mil metros cúbicos por dia e as empresas locais produzem 28 mil metros cúbicos diariamente.
Jair Bolsonaro confirmou que o Ministro da Saúde Eduardo Pazuello soube da falta de oxigênio na sexta-feira (08) e fez tudo que era possível. Segundo o Presidente, “na segunda-feira o Ministro estava em Manaus, na terça programou tudo e, na quarta, começou a chegar oxigênio”, afirmou.
Confira a reportagem com as declarações:
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar