Mulheres ocupam menos da metade dos cargos de chefia no Brasil. O dia 8 de março é dedicado às lutas e conquistas das mulheres. A data sugere reflexões sobre a atual posição ocupada por elas na sociedade, principalmente no mercado de trabalho, onde nem sempre essa posição significa liderança.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os cargos de liderança ocupados por mulheres dentro de empresas representam apenas 37,5% do total em todo o país.
Isso não quer dizer que elas estejam menos qualificadas ou preparadas, mas os números reforçam a desigualdade. A socióloga, professora e ativista da causa, Markliaze Siqueira explicou que ainda existe muito preconceito contra a figura feminina dentro do mercado de trabalho.
“Nós ainda temos realmente essa limitação da ocupação de cargo de chefia por mulheres. A mulher é impedida muitas vezes de chegar nesse espaço por considerarem que pelo fato dela engravidar ela não vai conseguir ocupar bem ou com o tempo que deveria ser dedicado. Tem a questão do processo de licença-maternidade, que é colocado também, mas tem uma questão também, questiona-se a capacidade dessa mulher de liderar equipes, liderar processos. Mas tem um elemento também que é a questão de raça. As mulheres negras são, entre as mulheres que conseguem alcançar os espaços de liderança de chefia, elas são menor número, o que tem a ver com o processo de pouca ascenção ainda de negros e negras em espaços de poder e instituições”, disse.
Ouça a reportagem em áudio:
O primeiro passo é que as empresas comecem a contratar mais mulheres para funções de gerência e chefia, por exemplo, como explicou a gerente do Grupo Tapajós, Rosane Farias.
“Hoje as mulheres estão mais participativas no mercado de trabalho, porém ainda são uma minoria, se comparado ao número de homens em cargos de chefia. As empresas hoje devem deixar de pensar em gênero e começar a pensar em competência. As mulheres estão ganhado visibilidade em vários campos. Nós mostramos a competência que temos dentro do mercado de trabalho, porém as empresas precisam abrir mais a sua visão quanto a isso e nos verem de uma forma mais ampla, mais genérica, não pelo gênero feminino ou masculino, e sim pela competência que demonstramos nas atividades que desempenhamos”, destacou.
Cada vez mais, elas têm mostrado força e competência ao ocupar postos estratégicos dentro das empresas. Este é o exemplo da coordenadora farmacêutica Sabrine Cordeiro.
“A sociedade precisa enxergar a gente de forma igualitária, e quando nós formos superiores, enxergar a gente como superior. Nós mulheres, temos muito mais resiliência. Nós costumamos saber como lidar com problemas. Eu me sinto hoje muito privilegiada, pois é muito difícil estar onde eu estou e eu dou muito valor à toda minha jornada profissional e à minha jornada para conseguir conciliar a vida profissional com a vida pessoal”, comentou.
A combinação de protagonismo feminino e representatividade no mercado de trabalho é sinônimo de lutas e amor à causa, uma ação que é mais do que uma data no calendário, e, se faz todos os dias.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar