Aos 36 anos de idade, a agente de saúde Alda Aragão foi diagnosticada com um câncer. Isso foi em 2016, e de lá pra cá muita coisa mudou. Exames, consultas e visitas ao médico entraram para a rotina. Ela passou uma mastectomia, que é a retirada da mama. Hoje, ainda na luta contra a doença, Alda conta que além do tratamento físico, o acompanhamento psicológico é essencial.
“Quando a gente está acometido de uma doença, a gente tem um sentimento. Nós sentimos raiva, depressão, ansiedade, angústia, e tudo isso no meio de muitas preocupações. Não só o paciente, mas toda a família precisa do acompanhamento nesse momento. Nós nos tornamos muito sensíveis emocionalmente, e ter um acompanhamento ajuda bastante na questão emocional, porque o paciente passa por várias etapas de tratamento. Então é fundamental o amparo do psicólogo a mulheres mastectomizadas nesse momento, porque nos dá uma injeção de ânimo. É um profissional que a gente pode ficar mais à vontade em falar das nossas dores e dos nossos medos”, disse.
No Brasil, o câncer de mama atinge mais de 66 mil mulheres por ano. Nem todas precisam fazer a retirada das mamas, mas as pacientes que fazem o processo de mastectomia enfrentam efeitos físicos e emocionais. É necessário um cuidado especial.
- Março Azul: Campanha conscientiza população sobre riscos do câncer colorretal
- Pesquisa aponta desigualdades no acesso ao tratamento do câncer de mama no Brasil
Pensando em viabilizar assistência psicológica a essas mulheres, foi aprovada uma nova lei no Amazonas que garante esse acompanhamento de forma gratuita.
Ouça esta reportagem em áudio:
O deputado Carlinhos Bessa foi o autor do projeto de lei aprovado em plenário.
“É necessário a gente incentivar essas políticas públicas, tendo em vista que diversas mulheres necessitam desse apoio e são pessoas carentes, pessoas que muitas vezes vêm do interior do Estado e precisam de um apoio com a disponibilização desses profissionais para que possam ajudá-las a superar esse grande trauma”, comentou.
A assistência psicológica será realizada de acordo com o quadro clínico de cada paciente. O número de sessões e consultas fica a critério dos profissionais de saúde.
O principal objetivo é reduzir as sequelas decorrentes do processo cirúrgico, evitando sintomas que infelizmente são comuns nessa fase, como o isolamento social e a queda na autoestima. Assim, essas mulheres ganham uma chance de recomeçar.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar