Após 21 dias internados no Hospital Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste de Manaus, os irmãos Gleiçon Carvalho Ferreira, de 9 anos, e Glauco Carvalho Ferreira, de 7 anos, que ficaram perdidos 27 dias em uma área de mata, em Manicoré, receberam alta hospitalar nessa quarta-feira (6).
As crianças que são indígenas e pertencem a etnia mura, entraram na mata no dia 18 de fevereiro, para caçar pássaros, mas não conseguiram encontrar o caminho de volta para casa. No dia 15 de março, os dois foram encontrados, apresentando um quadro grave de desnutrição e escoriações na pele. Após o resgate, eles foram transferidos para Manaus, onde foram acompanhados por uma equipe da Secretaria de Saúde (SES).
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Ao longo do tempo em que permaneceram no hospital, as crianças receberam tratamento para recuperar o peso perdido. Gleiçon chegou ao hospital com 18 kg e está saindo com 26 kg. Já o menor, deu entrada na unidade com 12 kg e agora está com 18,7 kg, como reforça o médico que acompanha o tratamento das crianças, Eugênio Tavares.
”Houve uma recuperação espantosa do peso, apesar de estarem ambos infectados, o menorzinho estava em estado mais grave, com uma deficiência renal que reverteu e o tratamento dele foi um pouco mais prolongado que do irmão. Mas nós deixamos o irmão junto com ele, justamente para que essa parte psicológica pudesse ser amenizada,” disse Eugênio.
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Os irmãos foram encaminhados para uma casa de saúde indígena da capital, e devem retornar para Manicoré na terça-feira. O secretário de saúde, Anoar Samad, esteve no hospital, e ressaltou o trabalho feito pelas equipes.
”Então eu quero agradecer demais, aos profissionais médicos, profissionais de enfermagem, aos nutricionistas, todos que acompanharam as crianças. De verdade, a luta foi deles, o sucesso deve ser atribuído, para eles. Graças a Deus chegou o dia da alta, e as crianças estão muito bem . Uma história que no início nós torcemos muito, nos esforçamos muito para ter esse final feliz, que graças a Deus, e a todos todos que estão aqui nós conseguimos,” disse Anoar.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar