O governo federal vai leiloar, nesta quarta-feira (7), os aeroportos de Manaus, Tabatinga e Tefé (AM). De 2015 a 2019, o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes teve superávit de quase R$ 300 milhões, segundo a Infraero. A ideia é entregar a gestão do terminal e esse lucro à iniciativa privada, por 30 anos.
O deputado federal José Ricardo (PT) lembra que, recentemente, o Aeroporto Eduardo Gomes recebeu reformas, entre elas uma de R$ 400 milhões para a Copa do Mundo de 2014 e outra na pista, de R$ 27 milhões, em 2018.
O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) diz não ser contra as privatizações, mas defende que os aeroportos do interior também sejam assumidos pelas empresas, ao invés de serem entregues às prefeituras.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, considera que a privatização pode diminuir a burocracia para empresários.
O cientista político Helso Ribeiro afirma que as privatizações não são decididas por questões meramente econômicas, mas políticas.
Segundo Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), o Bloco Norte de privatizações, que além dos três aeroportos no Amazonas inclui os de Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), e Rio Branco e Cruzeiro do Sul (AC), deve render R$ 3,6 bilhões ao governo federal ao longo dos 30 anos e R$ 1,478 bilhão em investimentos em melhorias. O valor mínimo da outorga para o Bloco Norte no leilão está definido em R$ 47,8 milhões, conforme o edital da Anac.
Balanço financeiro do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de 2015 a 2019
Descrição 2015 2016 2017 2018 2019 Receitas Operacionais (R$) 140.091.775,06 128.632.660,91 180.891.691,15 231.470.377,41 212.272.870,83 Despesas Operacionais (R$) 113.510.147,38 126.638.357,20 117.622.177,15 122.376.384,40 117.116.527,27 Resultado Operacional Recorrente (R$) 26.581.627,68 1.994.303,71 63.269.514,00 109.093.993,01 95.156.343,56 Fonte: Infraero
Bruno Elander e Cintia Valadares / Rádio Rio Mar
Foto: Divulgação/Infraero