FVS investiga casos de encefalite viral em Barcelos; dois pacientes seguem internados

O resultado do exame do liquor – líquido cefalorraquiano – colhido do paciente adulto de 44 anos internado na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), deu negativo para encefalite viral. A informação é do infectologista da FMT-HVD, Antonio Magela, que acompanha na unidade dois casos suspeitos de pacientes oriundos da comunidade de Tapira, no rio Unini, no município de Barcelos, interior do Amazonas. 

Outra paciente está internada na unidade, uma menina de 10 anos, da mesma comunidade em Barcelos, com quadro de encefalite viral. O estado dela mantém-se grave, em coma, porém estável, ou seja, não houve alteração de quadro desde que deu entrada no último dia 17 na FMT-HVD. Um terceiro caso, de um rapaz de 17 anos, que faleceu na quinta-feira (16/11), no Pronto Socorro 28 de Agosto, da mesma comunidade, também está sendo investigado pelas autoridades sanitárias do Estado.

Uma das hipóteses para a causa da encefalite viral é a raiva humana, uma vez que os pacientes tinham relatos de mordida de morcego, mas a investigação trabalha com outras hipóteses de infecção por arbovirus comuns em área de floresta.

Exames

Nos outros dois casos, será mantida a investigação para indicar o tipo de vírus que causou as infecções. O material recolhido vai para o Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), que é o laboratório credenciado pelo Ministério da Saúde, na região Norte e, posteriormente, será feito diagnóstico molecular no Instituto Pasteur, em São Paulo (SP), com previsão de resultados em vinte dias. 

“Só poderemos falar em raiva depois que tivermos os resultados dos exames e não podemos descartar outras causas de encefalite. Agora, diante de um paciente com uma encefalite rapidamente progressiva, inclusive evoluindo para óbito, no caso do adolescente, e que tenha história prévia de contato com morcego, a primeira hipótese é a raiva, mas a confirmação somente será possível quando tivermos em mãos o resultado dos exames de laboratório, que são muito específicos, complexos e demandam tempo para conclusão. Mas não esperamos o resultado para tratar o paciente”, esclareceu o infectologista.

Hiolanda Mendes – Rádio Rio Mar

Foto: Reprodução/FVS-AM

Com informações da Assessoria