Os 144 homens da Força Nacional de Segurança enviados ao Amazonas após a série de ataques no mês passado já encerraram as atividades no Estado. Eles reforçaram a segurança e as operações policiais em Manaus e no interior, mas a portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública publicada no dia 7 de junho valeria por 30 dias e o prazo encerrou na última terça-feira (06).
O Governo do Amazonas poderia solicitar a prorrogação do reforço por mais 30 dias, o que não ocorreu e entre essa quarta (07) e quinta-feira (07) os policiais já deixaram os postos.
No Careiro Castanho (AM), uma das cidades que teve prédios públicos destruídos e registrou prejuízo de mais de R$ 100 mil com os imóveis danificados, os ataques só cessaram após a chegada de 10 policiais da Força Nacional. Eles ficaram por um mês, mas também já foram embora. O Prefeito Nathan Macena (Republicanos) disse que está preocupado com a segurança da população.
“Porque, com certeza, a Força Nacional saindo do município, os meliantes, traficantes começam a voltar de novo ao município. Existe uma ameaça de eles atacarem de novo os prédios da prefeitura”, disse o Prefeito.
A quantidade de policiais é insuficiente para atender a demanda do município, que possui área geográfica extensa.
“A gente fica muito preocupado com essas ameaças, que eles falam que vão atacar de novo porque a polícia prendeu muitas pessoas, alguns vieram para a Penitenciária. Mas a gente está acompanhando para que a população fique tranquila, a gente precisa de um reforço no policiamento, porque hoje os policiais que têm no município são muito pouco, são 12 policiais”, declarou o chefe do executivo municipal.
Mesmo com o pedido de apoio do Comando da Polícia Militar do Amazonas, Nathan Macena diz que ainda não há reforço imediato. Duas viaturas da Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) devem chegar à cidade no fim de semana.
“Há um clamor da população em relação à isso, a gente fica muito dependente do Governo do Estado a não poder atender. Quando a gente procura essa questão de policiamento para o município, a resposta é sempre a mesma, que não tem policiamento, que tem que aguardar concurso, o Governador está chamando policiais que passaram no concurso para poder mandar para o interior. A gente está na expectativa”, disse.
Segundo o prefeito, o município do Careiro Castanho virou palco de uma briga entre organizações criminosas. 11 pessoas foram presas por envolvimento nos ataques, entre elas o chefe da Guarda Municipal Jair Gomes de Moura, 47 anos, suspeito de ter facilitado a ação dos criminosos.
Na quarta-feira (07), foi nomeado o novo comandante da Guarda, o Sargento Umbenil Coimbra, que já foi comandante da Polícia Militar no município.
No mesmo dia, o prefeito também assinou o decreto com um novo nome para a Secretaria de Administração, publicado no Diário Oficial. Gisely Lisboa deixou a pasta e para a vaga foi nomeado Jonas Almeida dos Santos.
Nathan Macena não deu detalhes sobre o motivo da mudança. A Guarda Municipal é subordinada à Secretaria de Administração. A Polícia Civil investiga os atentados do mês passado.
“Tem mais pessoas envolvidas. Se a Polícia Civil está investigando, com certeza vai ser preso sim. Eu troquei a Guarda para que a gente possa reorganizar a Guarda do Município do Careiro, mas com certeza tem mais gente envolvida e a Polícia Civil está investigando sim”, afirmou.
O Secretário de Administração informou que está em andamento um levantamento sobre o efetivo total dos vigilantes no Careiro.
Questionamos a Secretaria de Segurança Pública sobre a circulação de alguns veículos da Força Nacional em Manaus, mesmo com o fim do reforço. A explicação é que eles estão terminando a desmobilização e talvez fiquem alguns dias para aguardar a partida, mas a operação com eles já foi concluída. A PM ainda não respondeu sobre o reforço no Careiro Castanho.
Ana Maria Reis / Rádio Rio Mar