Festa da padroeira lembra indígena assassinado; Polícia diz que autoria do crime ainda é desconhecida

Espancado quando voltava para casa às 3h da tarde, no último dia 2, o indígena Umberto Peixoto, que trabalhava na Cáritas Arquidiocesana como Assessor das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro, foi lembrado com um clamor de superação da violência, durante os festejos em honra a Nossa Senhora da Conceição, no último domingo.

Ele foi vítima de um ato de extrema violência, que o deixou internado durante cinco dias em estado gravíssimo, e posteriormente, à morte. Humberto era indígena da etnia Tuiuca, tinha 38 anos, deixa esposa e uma filha de 5 anos.

Durante a tradicional procissão pelas ruas do Centro de Manaus, o assessor da Cáritas Arquidiocesana de Manaus, Antônio Fonseca, afirmou que o assassinato aconteceu porque o indígena não pediu autorização a traficantes para realizar o aniversário de um sobrinho na própria casa.

Antônio Fonseca pediu para os fieis refletirem sobre como deve ser a realidade destas minorias aonde não há cobertura dos meios de comunicação, como na floresta.

Depois da procissão, na solenidade da Imaculada Conceição, a homilia do arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Sérgio Castriani, lida pelo bispo auxiliar Dom Tadeu Canavarros, foi sobre a superação da violência.

Por fim, Dom Sergio Castriani pediu que o Estado cumpra o seu dever, de garantir o ir e vir das pessoas, ao invés de dar à polícia licença para matar.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no 20° Distrito Integrado de Polícia (DIP) e posteriormente transferido para o 16° DIP.  Conforme consta no BO, a vítima, identificada como Humberto Peixoto Lemos, que tinha 40 anos, era indígena da etnia Tuyuca. Na ocasião do crime, Humberto foi agredido fisicamente por elementos até o momento não identificados. A vítima foi socorrida e levada ao Hospital e Pronto-Socorro Doutor João Lúcio Pereira Machado, onde veio a óbito no último sábado (7/12).

Conforme a delegada Alynne Lima, titular do 16° DIP, a autoria e as circunstâncias do crime ainda são desconhecidas. Sendo necessário a representação dos parentes de Humberto para o caso ser encaminhado para a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) onde deverá ser investigado.

Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Foto: Érico Pena/Arquidiocese de Manaus