A aceleração da taxa de inflação vem afetando todas as faixas de renda do Brasil. Mas o impacto vem sendo maior nas famílias de menor poder aquisitivo, chegando a uma taxa de 1,35% em outubro, de acordo com o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Entre os fatores que contribuíram para alta inflacionária destas famílias estão os reajustes de 1,2% das tarifas de energia elétrica, 3,7% do gás de botijão e 0,9% do aluguel, fora o aumento dos alimentos, especialmente da batata com 16%, açúcar 6,4% e ovos 3,2%. Para o economista Ailson Rezende, isso é reflexo de uma cadeia que acaba afetando a todos, como a alta desenfreada dos combustíveis.
Para Gisele Bahia que possui uma família com cinco pessoas a ida ao supermercado tornou-se um verdadeiro malabarismo. Ela costuma ir de 15 em 15 dias e percebe a diferença nos preços. O volume de compras está diminuindo.
O economista Ailson Rezende alerta que a constante inflação nos produtos alimentícios são um risco, já que podem aumentar a insegurança alimentar no Brasil.
Nos últimos 12 meses, apesar de haver aceleração para todas as faixas de renda, famílias de menor poder aquisitivo apresentaram as maiores taxas de inflação, superiores a 11%. Para as famílias com maior renda, a inflação acumulada sofreu impacto das variações de 45,2% dos combustíveis, 50,1% das passagens aéreas e 36,6% dos transportes por aplicativo.
Na contramão destes dados, a Associação Brasileira de Supermercados estima um crescimento no consumo de 4,5% em 2021. A expectativa dos empresário do setor é de que haja um aumento de 51% nas vendas em dezembro por conta das festas de fim de ano. Enquanto que 39% esperam que o movimento fique no mesmo patamar de 2020. Com o avanço da vacinação, já começam as preparações para as tradicionais confraternização de fim de ano. O empreendedor Jorge Miguel Pinheiro que trabalha com buffet planeja mudanças no cardápio para agradar o bolso do cliente.
Tania Freitas – Rádio Rio Mar
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