Falta de acesso à água tratada e esgotamento sanitário levaram a 214 mortes no Norte

Saneamento básico tem uma ligação estreita com o sistema de saúde. A prova disso são os dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil nessa terça-feira referente a 2019. O estudo utilizou informações do Ministério da Saúde, quanto a registro de internações, óbitos e ocorrências voltadas ao tema. No total, foram 273 mil 403 internações por doenças de veiculação hídrica, um aumento de 30 mil hospitalizações frente ao ano anterior. Uma incidência de internações de 13,01 casos por 10 mil habitantes, gerando um gasto de R$108 milhões.

Quando o assunto é óbitos por falta de acesso a água tratada e ao esgotamento sanitário, o número de mortes é 2.734, uma média de 7,4 mortes por dia. A Região Norte ocupa o 3º lugar com 214 mortes, ficando atrás do Nordeste e Sudeste.  No cenário das internações, a região Norte também ocupa a 3º colocação, gerando uma despesa de R$ 15,2 milhões. O estudo também concluiu que a ausência de infraestrutura de saneamento é mais evidente no Norte, porque apenas 12% da população tem coleta de esgotos e houve 42,3 mil registros de internação por doenças de veiculação hídrica em 2019. No geral, somente 22% do volume de esgoto na região é tratado. O pesquisador Rubens Filho alerta que por uma outra perspectiva esse dado se altera e a situação piora.

O estudo do Trata Brasil revela que, de 2010 a 2019, o Brasil apresentou queda nas internações por doenças de veiculação hídrica, passando de 606,6 mil para 273,4 mil. Mas, teve aumento de cerca de 30 mil registros de internação de 2018 para 2019. Os dados destacam a importância de acelerar a agenda do saneamento básico com mais investimentos no Brasil.

 

Tania Freitas – Rádio Rio Mar

Foto: Instituto Trata Brasil