A floresta amazônica apresenta uma diversidade de espécies de flores com grande potencial medicinal, e ainda pouco exploradas pela ciência. Diante dessa oportunidade, um grupo de pesquisadores está programando uma pesquisa com o objetivo de encontrar novos fármacos a partir de três espécies de plantas típicas da região do Médio Solimões. A pesquisa vem sendo desenvolvida no município de Tefé e tem como foco desmistificar os poderes terapêuticos das plantas pobre-velho, escada-de-jabuti e mucuracaá.
De acordo com a pesquisadora Elzalina Soares, coordenadora do projeto, tratam-se de plantas que foram pouco estudadas cientificamente na forma de chá e são bastante usadas pela população do município no combate a enfermidades como infecções e verminoses, além de outros benefícios.
”Quando pensamos no projeto intitulado contribuição ao estudo fitoquímico de plantas medicinais da região de Tefé, no interior do amazonas. O mundo ele estava passando pela parte inicial da pandemia, com isso a busca por novas substâncias com potencial farmacêuticos para a cura de enfermidades conhecidas, e outras que poderiam surgir se tornava necessário. Então nós pensamos, nós vamos associar o conhecimento científico, com o conhecimento popular sobre o potencial farmacêutico de algumas plantas com conhecimento popular sobre o potencial farmacêutico dessas plantas e da região de Tefé.”, disse a coordenadora do projeto.
A pesquisa está sendo desenvolvida em etapas. O processo teve início com a coleta do material, feita na feira municipal de Tefé. Junto a isso são realizados estudos bibliográficos para, em seguida, serem obtidos os extratos. Os trabalhos prosseguem com a análise, e em seguida é feita a caracterização estrutural e análises, identificando possíveis atividades biológicas dos compostos. A coordenador do projeto, destaca os pontos importantes ao final da pesquisa.
”Como resultado do projeto de maneira científica, nós esperamos contribuir com o estudo fitoquímico das plantas selecionadas, e identificar compostos com atividade biológica comprovada por testes. De maneira profissional, nós esperamos que ocorra uma mudança no paradigma de que no interior não conseguimos fazer pesquisa, e a formação de Recursos Humanos qualificados para atuarem em específico nessa nessa área temática da nossa proposta, que a química de produtos naturais, sendo um ponto fundamental para que o nosso país alcança um nível de desenvolvimento científico adequado,” destacou a pesquisadora.
- Estudo busca identificar substâncias com potencial anticâncer em plantas da Amazônia
- Projeto incentiva participação de mulheres na ciência
O programa Mulheres na Ciência, é realizado por meio da Fapeam, que visa estimular a participação de mulheres na coordenação de propostas nas áreas de Ciências Exatas e da Terra, Engenharias e Ciências Agrárias no interior do estado do Amazonas.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar