Estudo da Fundação Alfredo da Matta aponta alta no número de casos de Hanseníase no AM

A Fundação Alfredo da Matta é referência no tratamento de doenças de pele no Amazonas, há dois anos atua em 14 municípios através do projeto Ação para Eliminação da Hanseníase, o APELI. Com mais de 45 mil atendimentos, veio a conclusão preocupante, os números da doença subiram no estado.

Estudo aponta que Amazonas teve alta no número de casos de Hanseníase

De acordo com o levantamento, nos últimos dois anos foram detectados 154 novos casos de hanseníase nos 14 municípios estudados pelo programa, o que faz saltar o número para mais de 300 infectados no Amazonas, como destaca o diretor presidente da Fundação Alfredo da Mata, Ronaldo Derzy.

”significa dizer que é metade de todos os casos descoberto no ano 2021, que já fechamos as estatísticas, então círculos em quantos municípios a realidade é essa, vamos migrar para os outros 47 municípios e vamos encontrar uma realidade pior ou muito mais acentuada do que essa”, destacou Ronaldo.

Entre 14 municípios mapeados pelo projeto, se destacam Careiro Castanho com 33 casos, Itacoatiara com 22 e Lábrea com 21. Preocupação também com o alto número de crianças de 0 a 14 anos, que representam 22% dos casos.

”Uma doença infecto-contagiosa de baixa transmissão, ocorre que as pessoas sem exame de pele anual numa região onde há casos detectados nos últimos cinco anos, a possibilidade de ter para cada um doente que tem a forma contagiosa da doença, isso pode levar ao aparecimento de três a cinco casos, se não existe exame dermatológico de pele, se nós abandonamos ações de busca ativa de caso, esses casos podem ficar em silêncio, e isso não se preocupa, já que a hanseníase é uma doença endêmica na nossa região desde o século passado”, disse Ronaldo.

Desde o ano de 1979, a fundação Alfredo da Matta assumiu o programa de controle de hanseníase no Amazonas, que já foi o estado com maior número de casos no Brasil, hoje ocupa a 16ª posição, no país foram notificados mais de 18 mil casos em 2021.

Para frear a doença, a instituição convocou equipes do estado e município para uma ação conjunta no tratamento e prevenção, como explica Lindinaldo Santos que é Secretário Adjunto de Políticas de Saúde da SES.

 

Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar