Estudantes que trabalham e gravidez são fatores que causam evasão escolar no Amazonas

Antes das aulas online chegarem para facilitar o ensino da rede pública no Amazonas durante a pandemia, a evasão escolar chegou a 10,2% em 2019.

O índice caiu para menos de 1% em 2020. A taxa de abandono foi registrada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(Inep), no Censo Escolar do ano passado, quando a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) adotou a promoção automática dos estudantes, ou seja, passaram de ano automaticamente para evitar o atraso escolar.

Nesta quinta-feira(19/08) acontece o Dia D de “Busca Ativa do Escolar” um programa que faz o resgate de alunos que se ausentaram das aulas sem justificativa.

A gerente do programa, Aldenilse Araújo da Silva, afirma que a ação tem como objetivo evitar o aumento de alunos fora das escolas com o retorno 100% presencial das aulas estaduais, marcado para o dia 23 de agosto.

Foto: Djalma Jr

“As escolas fazem a busca diretamente com os pais e alunos por meio de ligações telefonicas, visitas domiciliares. Temos a campanha ‘Queremos seu amigo de volta’, com o objetivo de sensibilizar os colegas e levar essa mensagem aos vizinhos, amigos para que eles voltem a escola. Nós temos uma grande preocupação com o prejuízo da aprendizagem”, afirma a Aldenilse.

No ano letivo atual, 441.585 estudantes estão matriculados em todas as modalidades de ensino da Seduc.  Todos os alunos seguem com matrícula ativa no sistema. Ainda conforme o Censo Escolar de 2020, a taxa de abandono na rede pública estadual de ensino foi de 0,7% no Anos Iniciais do Ensino Fundamental; 0,8% nos Anos Finais; e 0,1% no Ensino Médio.

Segundo a gerente do Busca Ativa, os principais fatores para os indicadores registrados de abandono escolar correspondem aos alunos do EJA-Educação de Jovens e Adultos, ou alunos noturnos que precisam trabalhar e estudar, além da gravidez na adolescência.

“Eles ponderam entre trabalhar e voltar a escola por uma questão de sobrevivência. As meninas que engravidam e as vezes não retornam porque não tem com quem deixar os filhos. Então nós temos um número muito grande de alunos que estão matriculados na EJA que ainda não retornaram”, acrescenta a gerente do programa.

O contato com  os estudantes é feito via telefone ou redes sociais pela Seduc, para identificar formas de garantir que siga acompanhando os conteúdos e participando das aulas.

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Vitória Lima – Rádio Rio Mar

Foto: Tácio Melo/Secom