A capital do Amazonas e alguns municípios da calha do rio Madeira, registraram uma nuvem de fumaça neste sábado (20). Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, se trata de uma massa de ar polar está influenciando a circulação de ventos no Amazonas, fazendo com que a fumaça de queimadas das regiões Sul e Sudeste do estado, e também do Oeste do Pará sejam transportadas para a Região Metropolitana de Manaus.
De acordo com o Biólogo e Pesquisador Dr. Lucas Ferrante, a concentração de foco de incêndio está na área da BR-319, e por conta do período seco na região amazônica, a fumaça pode se estender pelas próximas semanas.
”Uma das áreas com focos de incêndio intensos, são áreas de uso de povos tradicionais no rio Manicoré, e a maior concentração de focos de incêndio, é ao longo de toda a rodovia BR-319. Preocupantemente, tanto agosto, setembro até outubro são meses de extrema seca, o que agrave e potencializa os incêndios florestais que são criminosos, nós temos potencialidade para ficar o mesmo inteiro nessa situação, e isso é gravíssimo,” destacou o especialista.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número de focos de queimadas registradas nos primeiros 15 dias de agosto, no Amazonas, já supera os dados de todos os outros meses de 2022. O pesquisador alerta que a fumaça é uma situação problemática não só para a capital, mas para todo o Brasil.
”Para Manaus, isso aumenta o risco de doenças respiratórias, isso pode voltar a gravar principalmente pessoas que possuem sequelas da covid, e outras doenças respiratórias. É uma situação problemática para a população, porque essas áreas tem intensa biodiversidade, prestam os serviços ecossistêmicos fundamentais para o Brasil, além disso são áreas de uso de povos tradicionais que precisam ter seus direitos resguardados,” destacou Lucas.
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Para minimizar problemas relacionados a incêndios no interior do Amazonas, o Corpo de Bombeiros em parceria com a Força Nacional e brigadistas florestais, realizam a Operação Aceiro 2022. A ação conta com o apoio de 255 homens atuando no combate às ocorrências no interior, especialmente, no sul do Estado. O chamado “Arco do Fogo” inclui os municípios de Apuí, Lábrea, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Manicoré e Humaitá.
Yuri Bezerra, Rádio Rio Mar