Escavações arqueológicas revelaram fragmentos de antigas civilizações indígenas, com mais de 2 mil anos de idade, que, possivelmente, habitaram a região do Alto Rio Negro, no município de São Gabriel da Cachoeira, no interior do Amazonas. A pesquisa foi realizada por 22 estudantes indígenas do curso de Arqueologia da Universidade do Estado do Amazonas – UEA e coordenada pelo Programa Arqueológico Intercultural do Noroeste Amazônico – Parinã.
Os materiais históricos foram encontrados na praça da diocese de São Gabriel da Cachoeira e no quintal do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Durante a coleta, uma quantidade significativa de objetos foi retirada dos locais, especialmente, fragmentos de cerâmica e material lítico, que são rochas e minerais.
Os alunos são membros das etnias Baré, Baniwa, Tukano, Piratapuia e Tariana, e estão na fase de conclusão do curso de Arqueologia, no município. A estudante e indígena da etnia Baré, Odanilde Escobar, foi aprovada no curso de Mestrado para atuar no Museu Emílio Goeldi, no Pará. Ela relata a importância de desenvolver esse trabalho sendo uma indígena.
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São Gabriel da Cachoeira é o terceiro maior município brasileiro em extensão territorial. Localizado na fronteira com a Colômbia e Venezuela, no extremo noroeste do Brasil, o município, também, é conhecido como “Cabeça do Cachorro”, por seu território ter forma semelhante à da cabeça desse animal. O município, com mais de 47 mil habitantes, é considerado a cidade mais indígena do Brasil, com 23 etnias. A estudante destaca a ciência arqueológica como importante instrumento de difusão da cultura nativa.
Os fragmentos arqueológicos encontra-se, atualmente, no Museu da Amazônia – Musa, localizado na zona Norte de Manaus, para a identificação das peças. Após a análise do material, será possível traçar um histórico dos povos que habitaram a região do Alto Rio Negro, naquela época.
Nuno Lôbo – Rádio Rio Mar