Muito se ouve falar sobre a função da Zona Franca de preservar e gerar emprego a milhares de amazonenses. Por isso, muita gente pensa que que só quem trabalha na indústria é que depende dela. Mas não é bem assim.
Diante de todas as discussões e debates que você tem acompanhado ao longo das últimas semanas, chegou a hora de entender os motivos pelos quais o modelo é importante até mesmo para outros setores, que vão além da indústria.
Impactos em diversos setores e em todo o país
Comércio, serviços, ciência e tecnologia e bioeconomia: diversos são os setores interligados à Zona Franca de Manaus. Na prática, isso quer dizer que as mudanças que acontecem na Zona Franca podem impactar em outras atividades. E esses impactos podem ser sofridos em todo o país.
Nas últimas semanas, um assunto de destaque foi a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), prevista em decreto presidencial. O valor reduzido, inicialmente de 25%, e depois 35% sobre o cálculo do valor final de itens fabricados na Zona Franca gerou polêmica.
Comerciantes, industriários, estudantes e a população em geral poderiam sofrer as consequências da perda de competitividade, segundo afirmaram fontes consultadas pela reportagem.
O conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas e especialista em direito tributário Jonny Cleuter, explicou as consequências de uma possível redução nos estímulos da economia.
Em universidades e institutos de pesquisa em Ciência e Tecnologia, a falta de incentivo no modelo também é sinônimo de perda, conforme destacou a Diretora do Instituto de Computação da Ufam, Tanara Lauschner.
O reitor da UEA, André Zogahib alertou para a força da Zona Franca no desenvolvimento da ciência e da educação.
Na análise do economista Osiris Silva, a Zona Franca ainda tem limitações e enfrenta alguns desafios. Ele defende a diversificação do modelo para alcançar novos mercados.
Apesar do dilema da redução do IPI, por hora suspenso em produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus, e mesmo com as incertezas do futuro, o modelo se mantém como peça importante na engrenagem da bioeconomia, do comércio, da ciência, da indústria e de outros setores.
Rebeca Beatriz – Rádio Rio Mar