Editorial: Toda vocação nasce do Batismo, mesmo se concretizando de diferentes modos

Doar a vida

Editorial por Luis Miguel Modino*

Escutar sempre é um desafio, ainda maior quando aquele que nos fala é o próprio Deus. Ele sempre chama, e nos desafia a responder como batizados e batizadas, de diferentes modos, mas a responder sempre. Diante disso temos que nos questionarmos se estamos dispostos a responder e se essa resposta concorda com aquilo que Deus espera de nós.

Acabamos de iniciar o Mês Vocacional no Brasil, que nos faz descobrir que todas as vocações são igualmente importantes na vida da Igreja. Cada domingo somos chamados a refletir sobre o que significa ser padre, ser pai, ser religioso ou religiosa, ser catequista, assumir os diferentes ministérios que fazem parte da vida eclesial como concretização do nosso Batismo.

Toda vocação tem o Batismo como ponto de partida e fundamento. Antes de tudo somos batizados e batizadas, e depois seremos aquilo que concretiza o chamado de Deus. O Batismo nos abre a escutar o chamado de Deus. O Papa Bento XVI, diante da pergunta sobre qual tinha sido o dia mais importante em sua vida, não duvidou em responder que foi o dia de seu Batismo.

O Mês Vocacional, ainda mais neste ano em que no Brasil está sendo realizado o Terceiro Ano Vocacional, tem que nos levar a entender que a vocação é um chamado de Deus em função da missão. Nossa vocação se faz vida quando assumimos a missão que Deus através da Igreja nos confia. Independentemente de qual é o modo de concretizar essa vocação, não há vocação mais importante ou que tenha mais “privilégios” na vida da Igreja. No final das contas a vocação tem que ser serviço a Deus e a seu povo.

A missão de todos e todas na Igreja é anunciar o Evangelho, fazer com que as pessoas se encantem com as coisas de Deus. Na medida em que fazemos com que as diferentes vocações se tornem compromisso concreto de evangelização, vamos fazendo com que essas pessoas aprofundem nesse encantamento pelo Reino de Deus.

O que falta em nossa vida para ter a coragem de responder ao chamado de Deus? Como ajudar a entender que responder e assumir as consequências de nossa resposta faz com que nossa vida tenha mais sentido? Como viver com alegria nossa vocação e assim mostrar que responder ao chamado de Deus vale a pena e nos faz avançar no caminho da felicidade?

Em uma Igreja sinodal, falar de vocação é descobrir que somos chamados a caminhar juntos, a entender que as diferentes vocações não nos distanciam daqueles que responderam de um outro modo e sim nos enriquece com a diversidade que se faz presente em cada um desses chamados.

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Missionário espanhol e assessor de comunicação do Regional Norte 1 da CNBB