Editorial: Maria, rosto da Solidariedade que nasce em Deus

Por Luis Miguel Modino*

Remar juntos, ter consciência que estamos no mesmo barco, sermos solidários diante da necessidade dos outros… São atitudes que sempre devem estar presentes na vida de todo batizado, mas especialmente diante de momentos de grave dificuldade.

A pandemia tem sido um tempo que marcou a vida de muita gente, o sofrimento tem se instalado na vida de muitas pessoas, que sofrem diante de uma realidade que atingiu a todos, mas especialmente os mais pobres. A Igreja católica tem mostrado nesse tempo o rosto da misericórdia de Deus, sua solidariedade diante de tantas situações de dor. Na Arquidiocese de Manaus, Caritas tem sido a caricia de Deus na vida dos vulneráveis.

A solidariedade se faz realidade na prática, em pequenas ações que ajudam as pessoas a caminhar com as próprias pernas. Por isso deve ser valorizada a Feira da Solidariedade, que de 6 a 8 de dezembro realizou sua X edição. Tudo isso acontece em volta da festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Estado do Amazonas e da Arquidiocese de Manaus.

Maria, sempre atenta e servicial diante das necessidades dos outros, se apresenta como modelo para quem quer ser fiel àquilo que Deus espera de nós, mostrar seu amor pela humanidade, especialmente pelos pequenos, pelos mais vulneráveis, por aqueles que a história coloca do lado de fora do caminho. Maria é referência de cuidado, uma atitude cada vez mais necessária na vida da humanidade diante de tanto sofrimento com que nos deparamos a cada dia.

Em Nossa Senhora podemos destacar sua capacidade de assumir a vontade de Deus, mas também sua disposição para estar sempre atenta à necessidade dos outros. Maria é a intercessora diante do Filho de Deus, para quem sempre pede misericórdia para com aquele que passa por momentos de dificuldade. Esse viver em função dos outros nos ajuda a descobrir em Maria a presença daquela que desse modo se torna presença de Deus na vida da humanidade.

A devoção a Nossa Senhora não pode ficar num sentimento, tem que ir além, assumindo suas atitudes na vida cotidiana. Quando a gente é devoto, deve sentir a necessidade de imitar, de se parecer cada vez mais com quem provoca devoção em nós. Superar um falso sentimentalismo e chegar num compromisso cada vez maior deve ser um caminho a ser trilhado em nossa vida como homens e mulheres de fé.

Deixemos que o compromisso solidário se torne atitude presente na nossa vida, assumamos atitudes próprias daqueles que dizem querer caminhar com Deus, daqueles que estão dispostos a assumir sua vontade em sua vida. É tempo de testemunhas, que vão além das palavras, que com sua vida limitada mostram a grandeza que vem de Deus, permanentemente comprometido com a vida em plenitude para todos e todas.

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*Missionário espanhol e Assessor de Comunicação do Regional Norte 1 da CNBB